Factoides

HUMOR: Mesmo sendo blogueira do "F5", fui barrada no avião do papa

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Meus amores! Tudo cor de rosa com vocês? Comigo as coisas estão tendendo mais para o marrom. Só porque de repente me bateu aquela vontade louca de ir a Roma, para ajudar o Dolce e o Gabbana a pagarem a multa com o fisco comprando umas lembrancinhas na loja deles.

Só que, afinal, não é todo dia que a gente pode pagar US$ 1 mil numa passagem aérea. Eu precisava dar um jeito de ir de graça para a Cidade Eterna, mas como?

Encontrar vida inteligente em "A Fazenda" é mais fácil do que resgatar minhas milhas na TAM. E aquele avião da FAB que eu uso de vez em quando já estava ocupado, trazendo os restos pré-mortais do Sarney para São Paulo.

Foi então que eu tive uma ideia: o avião do papa! Como é que eu não pensei nisto antes? Preencho todos os requisitos. Sou da imprensa, fiz primeira comunhão, também amo os gays de paixão. Posso até carregar aquela maleta preta, se Sua Santidade assim o quiser.

Fora que, depois de uma semana de overdose de Francisco, eu tinha medo de entrar em crise de abstinência. Como é que vou suportar não saber se o papa foi ao banheiro fazer número um ou número dois? Como vou sobreviver se passar mais de uma hora sem ouvir 300 pessoas dizendo que o papa é simples?


Corri para o aeroporto, mas tive o pior tratamento de todos os tempos. Cheguei duas horas antes do embarque e a fila tava gigantesca, aí fui conversar com a moça do check-in pra ver seu eu conhecia algum comissário do voo. Comentei que tinha um blog e que fazia trabalhos em parceria com o "F5" e perguntei se poderia dar uma olhada no avião antes de todo mundo entrar.

A moça, que deveria ser a pessoa que recepciona o passageiro e o trata da MELHOR maneira possível para que no futuro ele retorne, me disse o seguinte: "O 'F5' não acabou? Hahahaha".

Aí eu falei que me chamava Ilze Scamparini, e sabe o que aquela nojenta respondeu? "Seu cabelo está muito bem cortado para ser o da Ilze." Tive vontade vomitar na cara dela.

Saí de lá com o coração apertado e muita tristeza de perceber o quão hostis as pessoas são quando elas têm algum tipo de poderzinho nas mãos. Se pelo menos fosse um poderzão, tipo um revólver calibre 45, mas nem isto.

Felizmente, nem tudo estava perdido. Lembrei de uma amiga superfofa, uma boneca, que tem uma esquadrilha de unicórnios radioativos. Embarquei de VIP num deles e agora estou aqui, na Piazza di Spagna, tomando meu limoncello e conversando com um ragazzo-magia chamado Gianlucca. Ah, la dolce vita.
E é isso.


ELOÁ PARANHOS, 67, é ex-funcionária pública e aposentada desde os 35 por invalidez (machucou o dedo anular esquerdo num acidente de bocha). Passa os dias vendo TV, folheando revistas de fofoca e recebendo mensagens em código. Torce pelo Juventus.

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