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Facebook dá mais de 50 opções de gênero sexual a usuários na Argentina

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Selo BBC Brasil

Usuários argentinos da rede social Facebook passaram a ter 54 opções para identificar o gênero em seu perfil.

As alternativas já não se limitam a "homem" e "mulher" mas abrangem uma lista que inclui "neutro", "transgênero" e "poliamoroso", entre outros termos, informou a imprensa local.

A iniciativa já havia sido aplicada nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Espanha, de acordo com o site do jornal La Nación, de Buenos Aires. A Argentina é o primeiro país da América Latina a dar outras opções ao usuário.

De acordo com a agência estatal de notícias Telam, o internauta passará a ter, por exemplo, a opção de desejar "um feliz aniversário a ela", "a ele" ou simplesmente transmitir votos neutros de "feliz aniversário".

Integrante da ONG 100% Diversidad y Derechos, Alba Rueda foi uma das primeiras a estrear a alternativa de novo gênero na rede social –travesti.

"Somos felizes quando nos encontramos com nossa história. As 54 alternativas de gênero nos representam", disse ela, segundo a Telam.

Por sua vez, Marcela Romero, que também participou do evento de anúncio das alternativas, na segunda-feira em Buenos Aires, afirmou estar "orgulhosa" de poder se identificar como "trans feminina".

O diretor do Facebook na Argentina, Alejandro Zuzenberg, disse que a ferramenta de gênero personalizado começou a ser desenvolvida em abril, com a ajuda de organizações locais da comunidade LGBT e afins.

"Hoje é um grande dia para a comunidade do Facebook na Argentina", comemorou, em sua conta no Twitter e em seu mural no Facebook.

Em sua página na internet, a 100% Diversidad y Derechos destacou que a opção deixa "para trás a opção binária 'homem' ou 'mulher'" para identificação de gênero.

POLÍTICAS DE INCLUSÃO

Nos últimos anos, a Argentina aplicou uma série de medidas que foram elogiadas pelas organizações de direitos de gênero no país.

A primeira medida foi a chamada Lei do Matrimônio Igualitário, aprovada em julho de 2010. Na época, a Argentina foi o primeiro país da América Latina a aprovar a iniciativa.

Hoje, estima-se que quase 10 mil casais do mesmo sexo já tenham se casado no país, incluindo estrangeiros, segundo estimativas do presidente da ONG Comunidad Homosexual Argentina, César Cigliutti.

Recentemente, em entrevista à imprensa local, Cigliutti disse que era "necessário se incluir" outros gêneros nas medidas oficiais argentinas, como na legislação de combate à discriminação no país.

Em entrevista ao jornal "Clarín", o ativista elogiou a iniciativa do Facebook, dizendo que a ferramenta é "uma boa forma de educar a sociedade" sobre o tema da identidade.

Considerando a história de pluralidade argentina, ele disse que "não foi por acaso" que o Facebook escolheu o país para anunciar suas novas opções de gênero, informou a agência Telam.

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