Tony Goes

Só falsa nudez de Maitê Proença fez 'Liberdade, Liberdade' repercutir na internet

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Há menos de um ano, “Verdades Secretas” (Globo) estava bombando. A trama de Walcyr Carrasco e Maria Elisa Berredo não ia bem só na audiência. Também gerava muitos comentários e “memes” nas redes sociais.

A expressão “book rosa” caiu no gosto da galera. As cenas de nudez com Rodrigo Lombardi, Grazi Massafera e Reynaldo Gianechini “quebraram” a rede algumas vezes. E acompanhar os capítulos com um olho na chamada “segunda tela” tornava a novela ainda mais divertida.

O mesmo não está acontecendo com sua sucessora na faixa das 23 horas. E isto apesar de “Liberdade, Liberdade” vir alcançando números bem respeitáveis no Ibope.

Às segundas é exibida logo após “Velho Chico” e chega a dar 25 pontos na Grande São Paulo (cada ponto equivale a 69 mil casas). Às terças, quintas e sextas, quando passa quase uma hora mais tarde, costuma passar dos 15 pontos.

Mas é uma novela que não rende assunto. Pouco se comenta dos episódios, seja no Twitter ou no Facebook.

Foi só nesta semana, a quarta de sua exibição, que “Liberdade, Liberdade” causou algum rebuliço, com a polêmica em torno da dublê de bumbum de Maitê Proença.

​ É pouco para uma produção tão cara e que ambicionava refletir o atual momento do país, mostrando que a corrupção nos aflige desde os tempos da colônia.

Até agora, o folhetim não pegou. Lembra uma novelinha de época típica das 18 horas, embora com mais sexo e violência. Nem os amores proibidos, nem as maquinações políticas, nada disso está agarrando o interesse dos espectadores.

Talvez seja culpa do conturbado processo de gestação da obra. Inspirada no livro “Joaquina, Filha do Tiradentes”, de Maria José de Queiroz, “Liberdade, Liberdade” surgiu como um projeto de Márcia Prates, que faria sua estreia como autora principal na Globo depois de muitas colaborações em novelas dos outros.

A cúpula da emissora não gostou dos primeiros capítulos escritos. Primeiro trocou a supervisão do texto: de Euclydes Marinho, passou para Glória Perez, e finalmente para Mário Teixeira, que logo em seguida foi efetivado como autor titular, com o afastamento de Márcia Prates.

“Liberdade, Liberdade” ainda tem chão pela frente. Entre outras coisas, falta acontecer o envolvimento homossexual entre os personagens de Caio Blat e Ricardo Pereira, caso que promete ser apimentado.

Tomara que repercuta bastante, porque a nossa teledramaturgia anda muito restrita aos temas contemporâneos.

Afinal, temos uma história riquíssima e agitada, que merecia estar mais presente na TV.

 

Tony Goes

Tony Goes (1960-2024) nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu em São Paulo desde pequeno. Escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. Ele também atualizava diariamente o blog que levava seu nome: tonygoes.com.br.

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