Tony Goes

À primeira vista, participantes do "BBB13" não trazem novidades

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Foram divulgados ontem os nomes, fotos e perfis de alguns dos participantes do "Big Brother Brasil 13", que estreia na próxima terça-feira (8). Lá estão velhos conhecidos nossos: o saradão, a periguete, o gay intelectualizado, a batalhadora, o boa-praça. A sensação de "déjà vu" é enorme, e olha que ainda nem foram anunciados os veteranos de edições passadas que retornarão à "casa mais vigiada do Brasil".

Conheça os participantes do "Big Brother Brasil" deste ano
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Esta coluna também está se repetindo. Ano passado eu já havia me queixado que o mix de "brothers" e "sisters" do "BBB12" era parecidíssimo com o das versões anteriores. Disse que o diretor Boninho tinha medo de arriscar, dando preferência, como sempre, a vencedores de concursos de beleza e a modelos que já posaram para ensaios sensuais.

É verdade que alguns candidatos do passado escapavam desse molde. Nem sempre deu certo: dois idosos foram escalados para o "BBB9", só para serem eliminados logo nas primeiras semanas.

Parece que é o próprio público quem prefere os corpos bonitos sem muita coisa na cabeça. Em outros países, não é assim: os "Big Brothers" internacionais costumam fazer recortes muito mais variados da sociedade, juntando pessoas de idades, classes sociais e mentalidades muito diferentes.


Ou melhor, costumavam. Mais de dez anos depois de ter sido criado pela produtora holandesa Endemol, o programa já deixou de ser exibido em inúmeros países. A gloriosa exceção, é claro, é o Brasil, onde a audiência vem caindo ano a ano, mas a repercussão continua enorme.

Se bem que o "BBB" quase foi para o saco em 2012, depois do escândalo do suposto estupro. A Globo, desacostumada com a velocidade das redes sociais, demorou para reagir e acabou piorando a situação. Mas aposto que aprenderam a lição.

O fato é que o "BBB" é uma mina de ouro, pois sua produção é relativamente barata. Por mais luxuosa que seja a casa, ela custa uma fração do que consomem os múltiplos cenários de uma única novela. Os prêmios são todos bancados pelos patrocinadores. E os concorrentes ganham um salário simbólico enquanto permanecem lá dentro.

E, goste-se ou não do "reality show", é inegável que ele ainda rende muito assunto. É por isto que os anunciantes ainda disputam a golpes de foice cada cota de patrocínio. Enquanto o "BBB" vender, ele continuará no ar.

Como espectador, torço para que a química entre os novos participantes renda momentos memoráveis no vídeo. Ano passado não rolou, e o público acabou dando a vitória a Fael, mais um representante da longa linhagem de campeões masculinos, brancos e de classe média.

Bem diferente do "BBB11", quando a desmiolada Maria Melillo engatou dois romances no ar: um malfadado, com Mau-Mau, outro feliz, com Wesley. Maria assumiu o controle da narrativa do programa e sagrou-se vitoriosa.

Qual será o tema deste ano? Qual dos candidatos assumirá o posto de protagonista? Impossível dizer agora, por mais que a imprensa vasculhe os perfis dos novatos no Facebook. Temo que venha mais do mesmo pela frente, mas adoraria me surpreender.

E encerro essa coluna com uma reclamação: pô, Boninho, cadê a Inês Brasil?

Tony Goes

Tony Goes (1960-2024) nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu em São Paulo desde pequeno. Escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. Ele também atualizava diariamente o blog que levava seu nome: tonygoes.com.br.

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