3 motivos para rever (de novo) 'O Rei do Gado'... e outros 3 para não se dar ao trabalho
E "Rei do Gado" voltou nesta segunda às tardes da Globo. Confesso que não estava com saudade. OK, a primeira fase, com aquela luz do diretor Luiz Fernando Carvalho ("Lavoura Arcaica", "Hoje É Dia de Maria"), é linda. Mas aquele Romeu e Julieta no meio da lavoura já não era nada muito novo na época (1996).
Benedito Ruy Barbosa acabava de vir de dois grandes sucessos, "Pantanal", na Manchete, e "Renascer", na própria Globo. Mas, como viria a fazer sempre dali pra frente, tinha um fiapo de história e poucos bons personagens pra segurar oito meses de novela.
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A seguir, três motivos pra rever e outros três pra não rever "O Rei do Gado":
VEJA
Raul Cortez - Geremias Berdinazzi, o fazendeiro rabugento que odeia o rei do gado Bruno Mezenga (Fagundes), foi um dos melhores papéis desse grande ator, que morreu em 2006. Mais genial ainda foi juntá-lo com outra diva do teatro, Walderez de Barros, que vivia sua fiel escudeira Judite. O romance dos dois foi construído aos pouquinhos, em cenas em que os dois brilhavam sempre.
Pirilampo e Saracura - Os sertanejos Sérgio Reis e Almir Sater já tinham feito sucesso em "Pantanal". Benedito os trouxe de volta numa chave um pouco mais de comédia. Na época, achei só um repeteco. Hoje, sinto saudade do Almir Sater ao ouvir MC Guimê na abertura de uma novela ("Geração Brasil").
O senador caxias - O personagem do senador honesto e trabalhador seria uma malice politicamente correta não fosse o grande Carlos Vereza. Aquele jeito só dele de falar "Chiquita, meu amor, Chiquita", "Chiquita, o problema desse país é a ignorância..." para sua empregada fizeram do senador um clássico.
PARA ESQUECER
A sem-terra princesa - Patrícia Pillar, loira, branquela e de olhos claros, vivendo uma sem-terra? Acho que a Globo tem tanta consciência do seu poder que não pensa duas vezes em forçar a barra. Luana, a linda sem-terra de pele de anjo, abriu caminho pra outras barbaridades, como Carolina Dieckmann viver a retirante nordestina Maria do Carmo na primeira fase de "Senhora do Destino".
Léa e Ralf - Sílvia Pfeiffer, nunca boa atriz, num visual Marilyn Monroe, e seu amante cafajeste Ralf, vivido por Oscar Magrini. Entendemos logo no começo que os dois querem a fortuna de Bruno Mezenga. E dá-lhe cenas de sexo dispensável entre os dois.
Glória Pires - Marieta, a impostora que se passa por sobrinha de Geremias Berdinazzi, deve estar entre os dois ou três piores papéis da carreira de Glória. Era para o personagem carregar um certo mistério, mas simplesmente não aconteceu. Não lembro de uma cena memorável da moça.
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