Renato Kramer

O bom humor de Marcos Veras

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O "Stand Up Nosso de Cada Dia" é um quadro que estreou no "Fantástico" (Rede Globo) há mais ou menos um mês. Traz um time de comediantes que, um a cada programa, apresenta com humor um tema do cotidiano. Ontem foi a vez de Marcos Veras desvendar os segredos do "casamento".

A graça de Marcos Veras já tem chamado atenção desde que estreou como o mafioso "Frescone" no programa "Zorra Total" (Rede Globo) - o filho de Don Gorgonzola, vivido pelo sempre talentoso Agildo Ribeiro. Atualmente o jovem humorista vive o moleque "Soluço", no quadro "Vamos brincar de quê?", ao lado de Wagner Trindade, Samantha Schmütz e Katiuscia Canoro - no mesmo "Zorra Total".

Carioca do Castelo, Marcos Veras formou-se ator pela Escola de Teatro Dirceu de Mattos e publicitário, pela Universidade Estácio de Sá. Desde menino tinha uma queda pela comédia. Imitava seus colegas e professores e já era fã de Chico Anysio, Ronald Golias e Jô Soares. Tinha também grande admiração por Charles Chaplin, Jerry Lewis e pela dupla "O Gordo e o Magro".

Participou de alguns comerciais de TV, fez algumas incursões pela Record, no campo da dublagem e teve uma rápida passagem por um desses canais de televendas - sempre demonstrando muito carisma.

Nada rápida foi a sua participação no espetáculo "O Mágico de Oz", com o qual permaneceu durante oito anos. Até hoje o comediante se questiona, em tom de brincadeira é claro, se isto teria sido bom ou ruim. Ainda na escola de teatro, fez de Shakespeare a Nelson Rodrigues. Depois veio a dar aulas de interpretação para crianças e adolescentes.

Ontem, no "Fantástico", Marcos Veras nos demonstrou que, para fazer humor, não é necessário escarnecer nem humilhar ninguém. Nem mesmo apelar para a grosseria e o palavrão. Agilidade no texto, uma boa dose de improviso e a expressão facial adequada podem fazer rir com leveza e bom astral. Espirituoso e inteligente, o ator consegue transformar em graça momentos comuns de nosso dia-a-dia.

O casamento tem sempre sido motivo de grandes piadas. Nada que se falasse sobre o tema poderia ser muito inovador. Sem forçar a barra, Veras trouxe um frescor ao tema ao apresentá-lo com naturalidade, assumindo para si a piada - como se tivesse sido o protagonista da situação. Este talvez seja um dos grandes segredos do humor. Não "fazer graça", mas sim "ser engraçado".

Nesta semana que passou perdemos um mestre da arte do humor. José Vasconcelos. Considerado o pioneiro do stand up no Brasil, o humorista deixou um legado da maior qualidade no gênero. Em uma de suas últimas entrevistas, ao ser questionado sobre o fato de nunca ter usado palavrões em seu repertório, Zé Vasconcelos respondeu simplesmente: "Eu tive uma boa formação".

Marcos Veras tem demonstrado uma ótima formação profissional. Demonstra também garra e paixão no que faz e parece não embarcar no "humor a qualquer preço" que tem rondado nossos jovens comediantes.

Atualmente, além do "Soluço" de Zorra total, Marcos Veras faz parte da equipe da Super Rádio Tupi (AM/FM - Rio de Janeiro) e da Nativa FM. E está em turnê com o seu espetáculo "Falando a Veras", com supervisão de Fábio Porchat. Detalhes no site oficial do artista: www.marcosveras.com.br.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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