Renato Kramer

'Eu não sabia do tamanho do Senna', diz Adriane Galisteu, ex-namorada do piloto

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O programa "Mariana Godoy Entrevista" da última sexta (21), reapresentado na terça-feira (25), contou com a presença da sempre exuberante apresentadora e atriz Adriane Galisteu.

Entre os diversos assuntos abordados, claro que não seria possível não tocar no nome de Ayrton Senna (1960-1994), com quem ela namorou pouco antes da morte do atleta. antes de sua morte. Ao ser questionada sobre o livro "Caminho das Borboletas – Adriane Galisteu: Meus 405 dias ao lado de Ayrton Senna", argumenta:

"Eu tinha 19 anos, e tinha que cuidar da minha mãe, do meu irmão que já estava doente. Eu não tive escolha. Na verdade, eu não tinha nem ideia do que tinha na minha frente", confessou Galisteu.

"Eu nunca imaginei chegar aonde eu cheguei, só agradeço. Eu nem sabia do tamanho do próprio Ayrton. Claro, eu sabia que ele era amado, respeitado, um campeão... mas não um gênio, um ídolo mundial. Eu não tinha essa noção. Aliás, nessa época, eu não tinha noção de muita coisa", confessa. "Mas você se arrependeu de ter feito o livro?", pergunta Mariana. "Não, pelo contrário, faria tudo de novo", retruca Galisteu.


"Você lá no velório do Senna, foi deixada de lado pela família dele. Por que isso aconteceu?" quis saber Godoy. "Até hoje eu não sei te responder, mas eu sei te dizer uma coisa: eu perdi o meu irmão logo depois. O Ayrton morreu em 1994 e o Beto em 1996.

"E eu vi minha mãe morrer junto com ele [o irmão]. E ela é a minha paixão. Eu não reconheci a minha mãe, então eu não sou capaz de julgar nem a mãe do Ayrton, nem as atitudes dela. Nem o pai, nem o irmão. Porque a gente perdeu tanto o chão com a morte do meu irmão. Aí eu ficava imaginando que eles também teriam perdido o chão, também não sabiam direito o que estavam fazendo", argumenta.

Compreensiva, Galisteu continuou: "Porque nessa hora a gente não pode julgar a atitude de ninguém. Perder um ente querido fora de ordem... o Ayrton tinha 33 anos!", ressalta a ex-namorada do campeão.

"Às vezes eu fico meio chateada, derrubada... parece que não, né? Porque eu sou sempre muito animada com a vida, porque sou também, mas as vezes eu fico assim. Acho que tem coisas que são injustas. Aí, minha mãe fala: 'Vamos dar uma chegadinha ali na Lapa [SP]? Pra você relembrar de onde você veio e pra onde você vai. Então a questão disso tudo é a seguinte: você não pode nunca perder o fio da meada!", observa.

E desabafa: "Eu tenho que ser muito feliz. A vida foi injusta comigo lá atrás, puxou o meu tapete e pode puxar de novo a qualquer momento. Então: tem que temer a vida. Ser feliz que é a minha obrigação: eu tenho família, muita gente que me ama e nunca, nunca vou parar de trabalhar", encerra Adriane Galisteu.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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