Renato Kramer

'O Brasil é o país das novelas', diz diretor de 'Verdades Secretas'

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"Esse horário das 23h é um horário no qual a gente pode, ou deve, tentar renovar o gênero", afirmou o diretor de "Verdades Secretas" (Globo), Mauro Mendonça Filho, assim que se sentou no sofá do "Programa do Jô" (Globo) desta sexta-feira (31).

"O Brasil é o país das novelas. O povo ama novela, todo o mundo gosta de novela", acrescentou. "Lá fora, nas premiações internacionais, nós somos o time a ser batido, somos reconhecidamente quem faz as melhores novelas do mundo."

"Nesse horário das 23h o pessoal quer ver algo diferente, não só na temática, como também na forma de abordagem", avaliou o diretor. "Quando eu comecei a ver a tua novela eu percebi que você corrigiu algo que eu sempre reclamei: a falta de uma outra dimensão. E você tem um elenco... nossa!", comentou o apresentador.

"E cheio de novidades também, não é? Gente que inclusive nunca tinha feito nada na televisão, como a Camila [Queiroz]", completou Mauro. "A Camila é uma paixão", elogiou Jô. "Foi uma descoberta do meu produtor de elenco. Ela estava em Nova York, pedi para ela vir fazer o teste, ela veio, e a gente percebeu uma verdade, sabe? O ator tem isso, o grande ator tem uma verdade que convence você do que for, até de ler uma bula", argumentou.


E continuou: "E ela [Camila] tinha uma verdade. Eu falei: 'Essa menina tem um potencial'. Então a gente começou a testar mais, começou a trabalhar, criou uma estrutura para ela e para os outros jovens do elenco também, para poderem se jogar", contou Mendonça.

"E apoiados numa atriz como a Drica [Moraes], de quem eu sou fãzérrimo", complementou Jô. "Eu a considero a melhor atriz da sua geração", afirmou o diretor. "A estrutura toda da novela é diferente, os cenários...", disse apresentador. "São todos fechados, todos têm teto. Eu chamei um diretor de fotografia maravilhoso que é o Mauro Pinheiro Jr., um cara de cinema muito bem conceituado. E chamei um ótimo diretor de arte também, o Alexandre Gomes", relatou o filho dos atores Mauro Mendonça e Rosamaria Murtinho.

"A cenografia é realmente maravilhosa", concordou Jô. E observou: "Eu não estou aqui para fazer propaganda da novela porque a Globo realmente não precisa disso, mas para mim foi uma surpresa: finalmente achou o caminho que faltava! Não era elenco, não era cenário, era mudar a estética", ressaltou o apresentador.

"Você abriu um caminho aí que eu não sei se você vai ser amado ou odiado!", comentou Jô e ambos riram. No telão uma cena da novela com Rodrigo Lombardi (Alex) e Agatha Moreira (Giovanna). "Ele [Rodrigo] está muito bem, e é uma pessoa maravilhosa, um grande amigo", elogiou Mendonça.

"Quando a gente vai ver um filme, uma peça, a gente gosta de ver o quê?", observou o diretor. "Você quer que o ator te transforme, que te transforme com sentimento, com emoção. Você quer que ele te tire do seu lugar e te leve para outro", afirmou Mendonça, que diz cuidar de um por um do seu elenco: "Você não pode ter uma maçãzinha podre", alerta.

Em outra cena, Angel (Camila Queiroz) faz sexo com Alex (Lombardi). "E essa menina se sentou aqui e eu me apaixonei por ela. Talentosa! E talento é uma coisa que não adianta impingir", comentou Jô.

"Você tem que reconhecer quando ele é uma pedra que precisa ser lapidada, que é o caso dela. Uma pedra bruta que a gente falou: 'Opa, pera aí! Tem um negócio aqui'", acrescentou o diretor. "Aí a gente foi trabalhando nos ensaios até que um dia abriu uma tampa da emoção dela e virou essa atriz maravilhosa. Tem um futuro brilhante", elogiou Mendonça, que confessou ter sido um ator canastrão dos piores.

Ao se despedir, o diretor de "Verdades Secretas" quis deixar um recado: "A novela não é sobre o mundo da moda. Ela é ambientada no mundo da moda. A gente fala sobre agências de modelos que trabalham com prostituição, que trabalham com o chamado 'book rosa'. Aí muita gente diz: 'Ah, mas aí parece que toda modelo é assim, tem que mostrar o outro lado das modelos'. A ficção não tem essa exigência de mostrar o outro lado. Quem tem que essa exigência de mostrar todos os lados de uma questão são a justiça e o jornalismo. A ficção tem a responsabilidade sim de alertar para algumas coisas para você ir lá pesquisar, buscar na realidade", concluiu.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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