Renato Kramer

'O Brasil é um país preconceituoso, sim', afirma atriz Juliana Alves

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"Quando soube que faria a novela já fiquei muito feliz!", confessa Juliana Alves, a exuberante Valeska de "Babilônia", no "Altas Horas" (Globo) do último sábado (25).

"Eu já tinha uma vontade muito grande de fazer uma novela do Gilberto Braga. E eu soube da Valeska uns meses antes e já comecei a pesquisar esse universo melhor. Quem é essa mulher, porque ela age como ela age...", declara a atriz.

O apresentador Serginho Groisman ressaltou a trajetória diferenciada da atriz na televisão: "Você participou do "Big Brother Brasil", dançou com as bailarinas do Faustão...". "Eu entrei no Faustão em 2000 e saí em 2001. No 'BBB' participei em 2003, dois anos depois", conta Juliana.

Como atriz? "Eu não me acreditava muito como atriz, eu já fazia teatro amador. Mas em 2003 eu tive a oportunidade de fazer "Chocolate Com Pimenta", que foi a minha primeira novela, fiz a Selma. Continuei estudando depois disso. Mas eu vou te falar que eu passei a acreditar de verdade quando eu fiz "Duas Caras" (2007 - 2008), fiz a Gislaine ao lado do Eri Johnson" (que também estava entre os convidados do 'Altas Horas' deste sábado).


No telão, são mostradas cenas rápidas da atriz ainda no "BBB3", nas novelas "Duas Caras", "Caminho das Índias" (2009) e na atual "Babilônia". Para encerrar, relembrando seus tempos de dançarina no "Domingão do Faustão" em 2014. "Que legal relembrar, obrigada!", agradece a atriz.

Sobre as questões de racismo e preconceito a atriz declara abertamente: "Faz parte da história, isso não tem como negar, que o Brasil é um país preconceituoso sim, a gente tem preconceito racial sim, e agora existem novas formas de expressão desse preconceito, como aconteceu recentemente com a Maju (a moça do tempo do 'JN'). Tem uma lei que diz que se você falar algo abertamente vai ser preso, então têm pessoas que se escondem atrás de um suposto anonimato", observa a atriz.

E declara: "Ao longo da minha vida eu vivi episódios assim, 'bullying' no colégio por causa do cabelo – mas eu nunca fiz um drama disso não. Porém meus pais, eles me educaram com um olhar muito atento em relação a isso. Eu também não fingia que não estava vendo, eu identificava as situações para poder superá-las. Senão a gente recalca e vira uma outra coisa".

E explica como soube lidar com essas questões: "Sempre tive uma clareza de que quando uma pessoa expressa um pensamento preconceituoso e tem uma discriminação – esse problema não é meu! Meus pais me educaram para entender que essa pessoa sim tem um problema: o preconceito sim, é uma doença. o racismo sim, é uma doença que tem que ser curada", conclui.

Uma estudante da plateia pergunta se Juliana pensou em ter outra profissão. "Não tá bom o que eu tô fazendo?", retrucou a atriz com humor. "Tipo fica a dica, né, colega? Mas eu pensei sim, pensei em ser psicóloga, eu adoro psicologia. Se eu não fosse atriz eu seria psicóloga sim", confirma Alves. "Você daria uma ótima psicóloga!", responde a moça para motivo de riso da plateia.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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