Renato Kramer

'Ser homenageado com um musical no teatro era tudo o que eu podia querer', comemora Agnaldo Rayol

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Jô Soares recebeu o cantor Agnaldo Rayol, 77, no "Programa do Jô" (Globo) da última sexta-feira (19).

Presente também na entrevista o ator Marcelo Nogueira, que interpreta o cantor no espetáculo "Agnaldo Rayol – A Alma do Brasil", em cartaz no Teatro Clara Nunes (RJ). "Ele parece você quando jovem!", observou o apresentador.

"Quando eu vi o musical eu fiquei muito impressionado – não é porque fala do Agnaldo Rayol, mas eu fiquei muito emocionado porque é um espetáculo muito simples, mas com muita grandeza ao mesmo tempo, pelo trabalho dos artistas. O Marcelo, com a caracterização que ele faz, o topete que ele usa – eu me vi no palco há quarenta anos atrás!", declarou Rayol.

E acrescentou sensibilizado: "Receber uma homenagem como essa no teatro em vida, eu acho que...", ia dizendo o cantor quando Jô, sem querer interromper, mas já interrompendo, observou: "Aliás, homenagem só interessa em vida, porque depois...". "É, mas geralmente só se faz depois que a pessoa morre, não é?", replicou o cantor que protagonizou a novela "As Pupilas do Senhor Reitor" (Record - 1970) – ao lado de Márcia Maria (1944 - 2012).

"Mas aí, foda-se, já acabou!", arremata Jô. "Você tem toda a razão!", concorda Agnaldo. E o assunto ainda rende: "Eu acho que quando tem essas homenagens, o defunto devia ter o direito de voltar para ver e depois morre de novo!" – sugeriu o apresentador.

"O teatro é uma coisa tão maravilhosa, eu tenho verdadeira paixão pelo teatro", ressalta o cantor que por oito anos apresentou o "Festa Baile" na TV Cultura. "Então ser homenageado com um musical no teatro, meu Deus, era tudo o que eu podia querer!", confessa o intérprete de "Mia Gioconda" – da trilha de "Rei do Gado", atualmente no "Vale A Pena Ver de Novo" (Globo).

Crédito: Francisco Cepeda/AgNews O cantor Agnaldo Rayol
O cantor Agnaldo Rayol

Marcelo conta que procurou o produtor de Agnaldo durante um show do cantor no NET Rio e pediu para falar com o artista logo após o final do espetáculo. E assim foi feito: ao terminar o show, Marcelo foi até o camarim e se apresentou para Agnaldo e contou-lhe sobre o seu projeto de fazer um musical que o homenageasse, contando sobre a sua carreira. O cantor topou na hora.

"Depois ficamos uns dois anos nos falando sobre o projeto, maturando as ideias – ele me contando histórias, a gente passando para o texto sob o comando de Fátima Valença. Ele (Agnaldo) leu e adorou o texto, e agora resultou nesse espetáculo, esse sucesso maravilhoso 'Agnaldo Rayol, A Alma do Brasil', convido a todos para assistir", aproveitou o ensejo Nogueira.

Jô, amigo de Rayol há muitos anos, fica impressionado com a semelhança de Marcelo com o cantor nas fotos do programa da peça. "Tem quantas pessoas nesse elenco?", quis saber Jô. "Somos em quatro atores: Stela Maria Rodrigues, Mona Vilardo, Fabrício Negri e eu", esclarece Nogueira.

"A Stela faz a Hebe Camargo", comenta Agnaldo, "e quando eu vi, eu fiquei tão impressionado porque parecia que eu estava vendo a Hebe no palco. É igualzinha! A voz é da Hebe, o jeito, a roupa, a atitude e cantando comigo, porque ela gravou comigo por três vezes – que aliás, você (Jô) estava nessa gravação. Foi no "Corte Rayol Show" (1968), você estava lá fazendo o Gordon da "Família Trapo" que recebia os convidados. E esse disco, mesmo com a precária tecnologia da época para gravar ao vivo, graças a Deus, virou um clássico!".

Jô chama no telão uma cena do filme "Agnaldo, Perigo à Vista" (1969), na qual o apresentador também participara. Na sequência, uma palhinha de duas canções nas quais ambos demonstram uma bela interação da vozes encorpadas e extremamente afinadas. "Vocês nunca fizeram show juntos?". "Não", respondeu Nogueira. "Vocês são loucos!", exclama o apresentador.

"Mas pretendemos", confessa Agnaldo Rayol, o intérprete de "Tormento D'Amore" – tema de abertura de "Terra Nostra" (Globo - 2000), em um belíssimo dueto com a soprano Charlottte Church. "É sensacional o encaixe que as vozes têm, é sensacional!", completou Jô.

Agnaldo Rayol participará da Virada Cultural 2015 de São Paulo no Palco do Arouche, domingo 21 de junho, às 11h da manhã.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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