Renato Kramer

'Não existe dor maior do que a de perder um filho', diz Geraldo Alckmin na TV

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Em seu novo programa "Mariana Godoy Entrevista" (RedeTV!) desta sexta-feira (15), a jornalista recebeu o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que perdeu o seu filho mais moço, Thomaz Alckmin, 31, recentemente em uma queda de helicóptero.

Mariana iniciou a entrevista agradecendo muito a presença do governador, apesar dele estar passando por esse momento de luto tão profundo. "Eu acho que não existe uma dor maior do que você perder um filho. Dói dentro. É uma coisa permanente. Dá uma dor interna, uma coisa duríssima. Mas é fortalecer a fé", desabafou Alckmin.

E aproveitou a oportunidade para agradecer o apoio que tem recebido: "Quero aqui agradecer, porque nós recebemos de pessoas que nem conhecemos orações, carinho, solidariedade...". "Isso ajuda?", perguntou, cautelosa, Mariana. "Ajuda muito", retrucou o governador.

"Aliás, eu diria que a minha vida é antes de 2 de abril e depois de 2 de abril. A gente muda. Coisas que você dava importância não têm mais tanta importância. Acho que nós temos que nos fortalecer. E o Thomaz ainda nos deixou duas filhas lindas: a Isabela, com 11 anos, e a Júlia, que hoje tem 70 dias. Quando ele faleceu ela tinha 30 dias", relembrou Alckmin.


E ressaltou o quanto uma perda tão dolorosa faz rever o valor das relações humanas: "O afeto, as relações humanas são muito importantes. Esse é o aspecto mais importante da vida". "Em algum momento a gente para de chorar?", surpreendeu a entrevistadora.

"Olha, a saudade é permanente. A Lu [Alckmin, sua esposa] fala: 'Às vezes, eu entro na sala e tenho a impressão de que ele [Thomaz] está entrando. Porque o Thomaz era muito alegre, muito expansivo, era intenso nas coisas, né?". Pequena pausa. Alckmin segura a emoção. "Mas ficam as meninas queridíssimas, seus bons exemplos, a grande saudade e a confiança de que nós vamos nos encontrar", concluiu o governador, que confessou estar lendo um livro do teólogo Leonardo Boff, que fala sobre a morte.

Mudando para a política, Alckmin sugeriu soluções para o Brasil melhorar: "Eu acho que tem dois caminhos mais rápidos, que o governo federal deveria incentivar. Um é o comércio exterior. O real se desvalorizou, então tem que voltar à exportação. O outro é infraestrutura e logística. Uma obra do metrô de São Paulo tem 9 mil pessoas trabalhando. Então, se você fizer metrô, estrada, ferrovia, portos... É muito emprego", argumentou.

Pelo Twitter, uma telespectadora quis saber porque o governador não tomou alguma atitude mais cedo quando soube que ia faltar água no Estado. "Em 2013, todos os estudos meteorológicos indicavam que nós deveríamos ter, em 2014, uma chuva até um pouco acima da média. Se pegarmos os últimos relatos de 2013, ninguém previa essa seca, nenhum instituto de meteorologia", ressaltou o governador.

Mariana observou que era impossível atribuir tudo apenas à falta de chuva, mas Alckmin argumentou: "Em 1953, tivemos a maior seca de todos os tempos. No ano passado choveu a metade do que em 1953. E nós conseguimos manter o abastecimento", defendeu-se.

"E quero dar uma notícia para os seus telespectadores: não vai ter rodízio", enfatizou Alckmin. "Mas não seria bom fazer o rodízio?", questionou a jornalista. "Não. Imagine você fazer o rodízio numa região metropolitana de 22 milhões de pessoas. Não vai ser preciso, está garantido o abastecimento", assegurou o governador de São Paulo.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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