Renato Kramer

Silvio Santos 'é muito generoso, um grande patrão', diz Marília Gabriela

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"Quando eu te vi com essa roupa na peça, eu ria muito!", declarou o apresentador Danilo Gentili à convidada especial do "The Noite" (SBT) desta quinta-feira (14): Marília Gabriela vestida de Branca de Neve.

"É a maior Branca de Neve que você já viu, não é?", brincou a entrevistadora e atriz, que está em cartaz no Teatro FAAP (SP) com a comédia "Vanya e Sonia e Masha e Spike", de Cristopher Durang, sob a direção de Jorge Takla.

O apresentador agradeceu Gabi por ter-lhe dado uma entrevista logo no começo de sua carreira. "A gente só tem esse programa hoje funcionando porque a Marília Gabriela aceitou ser a minha primeira entrevistada quando eu comecei com essa história lá na Band. Isso fez toda a diferença, deu credibilidade pra gente. Muito obrigado!".

"Nenhuma grande coisa, porque o Danilo é talentoso desde sempre. E quando ele me convidou, eu é que agradeci pela chance de ser a primeira entrevistada dele lá", replicou Gabi.

"Infelizmente a gente não é mais colega de SBT, mas saiu tudo bem?", quis saber Danilo. "Foi tudo perfeito", respondeu Gabi. "Eu queria ter umas experiências agora, tipo me dedicar a essa peça, em particular, que era muito difícil de ensaiar, muito texto. Eu queria fazer isso e tenho projetos de livro que eu tô tocando pra frente e tenho um de música que eu não posso falar, eu volto aqui depois pra contar", segreda a entrevistadora.


"É verdade que você começou no Jornal Nacional?", perguntou o apresentador. "No Jornal Nacional... Nossa, eu tenho que dizer quando?!", indagou Gabi, fingindo desespero. "Em 1969, o primeiro ano do JN. Eu fui a primeira repórter mulher do JN em São Paulo. Só tinha uma outra repórter mulher no Rio que era a Sandra Passarinho, e já tinha a Alice Maria, que comandava a cena por lá", relembra.

"Você já era repórter? Você era estagiária, não era?". "Eu fui lá [na Globo] pedir emprego. Eles me perguntaram se eu tinha feito jornalismo e eu falei que não, que eu tinha tentado outras coisas: faculdade de psicologia, artes plásticas, cinema... O diretor de jornalismo perguntou porque eu queria fazer aquele trabalho e eu respondi que achava que era a única coisa que eu ia saber fazer", confessou Marília.

"Como eu era muito grande, acho que ele ficou assustado e me pediu para voltar no dia seguinte e começar um estágio pra ver no que ia dar. No dia seguinte eu fui e faltou um repórter. Tava escrito em algum lugar! E aí eu fiquei", conclui.

"Eu estreei no JN como repórter, fui repórter do Fantástico —no exterior inclusive, fui apresentadora do Jornal Hoje até que em 1980 eu fiz a TV Mulher— que foi um programa absolutamente pioneiro. Marta Suplicy [como sexóloga] e eu demos capa do New York Times de tão inédito que era um programa que durava três horas e meia no ar em uma das maiores televisões da América Latina, quiçá do mundo, e era só pra falar de tudo de mulher: desde o preço do alface até os direitos da mulher, porque eram tempos novos para o nosso gênero", conta Gabi.

"Pro SBT você veio quando?", questionou Danilo. "Várias vezes!", respondeu Gabi de pronto. "Você fez todas as emissoras?". "Não todas. Na Globo eu fiquei quase 17 anos. Fui para a Bandeirantes, onde mediei o primeiro debate para presidente depois da recessão".

"Eu fiz tanta coisa aqui! Fiz o SBT Repórter, depois eu comandei um programa junto com dois jornalistas que chamava First Class, depois esse programa de entrevistas...não sei se estou falando na ordem certa, porque eu entrava e saía, entrava e saía", observa Gabi. "E quando você vai entrar de novo aqui no SBT?", cutucou Danilo.

"Não fechei porta, não fecharam pra mim, o que foi muito gentil. Na última entrega do Troféu Imprensa eu falei pro Silvio que, conforme for, eu venho pedir emprego aqui outra vez e ele falou: venha! Ele [Silvio Santos] é muito generoso, ele é um grande patrão! As pessoas saem, não tem rancor, não tem nada —ele as recebe de volta, ele torce pelas pessoas todas que passaram por aqui. Eu sempre propaguei: eu acho esse ambiente do SBT o melhor ambiente pra se trabalhar, é verdade!", diz a jornalista.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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