Renato Kramer

Cantora Evinha faz show emocionante em São Paulo

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

A cantora Evinha, que iniciou sua carreira aos 8 anos de idade como integrante do Trio Esperança, encerrou a sua trilogia de shows no Circuito São Paulo de Cultura na noite deste sábado (9) no Teatro Décio de Almeida Prado.

Esbanjando simpatia, a cantora se desculpa com a plateia logo de início pelo fato de estar resfriada e que talvez a sua voz não estivesse 100%. Mas estava.

Bastou a cantora soltar as primeiras notas, com o seu timbre de veludo emitindo sons cristalinos para que percebêssemos que o seu resfriado em nada afetaria a qualidade do show. E não afetou.

Evinha passeou por sucessos da época em que cantava ao lado dos irmãos Mário e Regininha, no inesquecível Trio Esperança em sua formação original. Então ouvimos a deliciosa "Festa do Bolinha", a graciosa "Passo do Elefantinho" e a envolvente "Filme Triste".

Crédito: Divulgação Cantora Evinha
Cantora Evinha

Pérolas raras do seu repertório tiveram vez no seu show: a sensível "Teto de Louça", a espevitada "Olha Eu Aqui", a romântica "Como Vai Você" e a delicada "Sonho Lindo". A voz cristalina da cantora, a afinação perfeita, o timbre privilegiado envolviam a plateia que vibrava ao final de cada canção. Quem estava gripada mesmo? Ninguém lembrava mais dessa informação.

Músicas compostas por seus irmãos Renato, Ronaldo e Roberto, que formam o talentoso grupo vocal "Golden Boys", mas que ficaram marcadas por seus intérpretes, foram lembradas por Evinha e dois de seus sobrinhos, também músicos: "Anjo", excelente gravação do grupo Roupa Nova, e "Te Amo" e "Foi Assim" —ambas grandes sucessos na voz da Ternurinha Wanderléa.

Entre outros números sempre de apurado bom gosto, surgiram a bela "Teletema", tema de abertura da novela "Véu de Noiva"(1969), protagonizada por Cláudio Marzo e Regina Duarte; a inebriante "Cantiga Por Luciana", com a qual Evinha venceu o IV FIC (Festival Internacional da Canção - 1969), e o seu primeiro grande sucesso na carreira solo: o bom e velho "Casaco Marrom" (1968) —que a plateia toda cantou em uníssono.

Evinha encerrou a sua participação no Circuito São Paulo de Cultura com chave de ouro. Esbanjando qualidade no repertório escolhido a dedo, acompanhada por músicos de primeira linha —entre eles o maestro Gérard Gambus, seu marido com quem mora em Paris.

A cantora envolveu a plateia com a sua simpatia, o seu carisma e, muito especialmente, com a sua voz nota mil: belíssimo timbre, vasta extensão vocal e afinação impecável. Isso porque ela estava resfriada!

Grande Evinha, magnífico show! Volte mais vezes ao Brasil, a beleza de sua voz nos faz muita falta.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas Notícias