Renato Kramer

Mateus Solano diz que, antes de estrear em novela, fez noitada de 'despedida de anônimo'

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"Casamento, crescimento pessoal e profissional te transformam em outra pessoa", afirmou o ator Mateus Solano no "Calada Noite" (GNT) de quarta-feira (8).

Antes de fazer sucesso no horário nobre da Globo, vivendo Ronaldo Bôscoli na minissérie "Maysa" (2009) e, por isso mesmo, sendo chamado para viver os gêmeos Jorge e Miguel de "Viver a Vida" (2009-2010), ele contou que fez uma noitada de "despedida de anônimo" no boêmio bairro da Lapa, zona central do Rio.

"Fomos [eu e minha mulher, Paula Braun] para a Lapa, numa esquina beber um chope com os amigos. Era uma de despedida de anônimo mas também uma despedida da noite, porque numa novela com os gêmeos eu sabia que não ia ter sossego, não ia ter tempo para nada. Minhas noites iam ser decorando texto ou então em alguma gravação noturna", argumentou. "Mas tinha também o sentido de ir à Lapa como anônimo uma última vez."

"E o que você gosta de fazer à noite?", perguntou a apresentadora Sarah Oliveira. "Eu gosto de passar o tempo. Como é que pode, né? Chega de noite, é hora de você dormir, mas você quer passar o tempo com coisas que você tem prazer. E é uma coisa irresponsável. Tem um sentido de irresponsabilidade também. Eu devia estar dormindo, mas não estou. Eu escolhi não estar dormindo. No dia seguinte, se você tem que acordar cedo, está ferrado!", disse o entrevistado.

"Quando eu estou trabalhando, eu preciso decorar o texto antes de dormir, isso é muito importante para eu memorizar, porque aí vai descansar e no dia seguinte está tudo guardadinho em algum lugar", confidenciou.


O ator contou também que à noite costumava conversar muito com o seu irmão, com quem morava até pouco antes de se casar. "Ele foi bailar na Bélgica, ele é bailarino, lindo, eu sinto muita falta dele. Eu lembro muito disso, da gente ficar conversando até dormir. A minha mãe sempre criou a gente muito unido, então a gente batia altos papos", relembrou.

Mateus confessou que em viagens faz o contrário: dorme cedo para aproveitar o dia e conhecer o lugar. "Viagem para mim é fundamental, como pessoa e como profissional também. As viagens construíram o ator e a pessoa que eu sou hoje. Então eu quero dormir logo para aproveitar o dia, no sentido de me integrar ao universo novo. Eu gosto de aproveitar o que aquele local pode me dar, que nenhum outro daria. De férias eu fico diurno, engraçado isso, né?!", concluiu.

"E-mail você não responde?!", questionou Sarah. "Não, não respondo mais", confessa Mateus. "E-mail já faz algum tempo que eu desisti, porque começou a passar de 600 e-mails, aí eu achei que não dava mais para responder. De vez em quando eu olho e vejo que alguém conhecido mandou algo então eu prefiro dar uma ligada, mas hoje em dia tem o Whatsapp. Hoje eu falo com toda a minha família num grupo só. E minha família tem um que está em Paris, outro que está na Bélgica, outro em Brasília, outro em Vitória... e outro ainda está no México! Então eu falo 'bom dia' e todo o mundo ouve. É um barato isso!", observou.

"Mas é impressionante o quanto isso afasta a gente também. E o quanto isso dá insônia também, porque dá insônia mesmo. É essa coisa 'linkada' que a gente vive hoje, você não se concentra numa coisa. Por isso que eu gosto tanto de ler, porque aí você precisa se concentrar naquilo, numa história. No celular você está nisso, mas de repente já cansou disso e muda de link. Fica tudo muito fragmentado, você acaba não se concentrando e eu gosto muito da vida real. Eu acho a vida real muito preciosa", declarou.

Mateus está em cartaz com a peça "Selfie", de Marcos Caruso, que fala sobre a internet e as relações que dela surgem. "É uma peça divertidíssima, que conta o sonho do meu personagem Cláudio de tirar o poder das grandes empresas sobre as tuas informações e fotos na internet e ele lança um aplicativo onde ele próprio toma conta do que é dele, o 'My Cláudio'."

E continua: "Aí, quando ele está botando tudo no 'My Cláudio' cai café no aparelho dele e ele perde tudo! Ele procura um técnico que lhe informa que tecnicamente ele não existe mais. Então ele tem que procurar a mãe, a namorada, para resgatar as suas memórias que ele deixara sob a responsabilidade do celular", contou o ator.

Em meio à entrevista, um gato cinza chumbo pula no colo de Mateus, que explica a sua origem: "Esse aqui apareceu quando eu estava fazendo o Félix, então ele se chama Bofe. Esse aqui é o meu bofe!".

"Tem alguma coisa que te tire o sono?", indaga Sarah. "Tem, o estresse. Olha, só de falar nisso meu olho já enche de água. Estresse é uma coisa que esgota. Tem momentos em que você está gravando uma novela que você não consegue dormir. Caramba, eu fico tão exausto que eu não consigo dormir! Fazer gêmeos, fazer um Félix da vida exige muito... Eu faria tudo de novo, mas não é fácil!", desabafou.

"Acho que de noite a gente fica mais sensível. A gente fica mais em contato consigo e com os sentidos mais apurados também. Eu observo muito [isso] nos meus gatos. Com a mesma intensidade que eles ficam na tensão, eles relaxam de uma maneira... Chega a dar inveja dos gatos!", soltou.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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