"Eu fiz o melhor que podia naquele momento", argumentou a empresária Val Marchiori ao participar do quadro "Revirando as Gavetas" no programa "Hora do Faro" (Record) deste domingo (5) ao ser questionada sobre algum arrependimento em sua vida.

"Mas hoje, se eu pudesse voltar no tempo, com certeza eu faria algumas coisas diferentes. Eu me preocuparia mais, eu falaria algumas coisas pensando melhor. Mas já foi, né? Agora a gente tem que buscar sempre melhorar. Aprender com nossos erros, porque todos nós erramos —não tem pessoa perfeita", afirma Val.

Antes do apresentador Rodrigo Faro abrir a 'gaveta preta' de Marchiori, a empresária pediu um pouco d'água. "O que tem nessa gaveta sem dúvida entraria num livro sobre a vida da Val Marchiori", anunciou Faro. "Vou tomar uma água primeiro que eu estou nervosa", quis ganhar um tempo Val. "Aqui dentro estão os seus maiores tesouros", acrescentou o Rodrigo.

Para criar um pouco mais de suspense, o apresentador ainda faz uma pergunta antes de abrir a tal gaveta preta. "Você acha que você já conquistou tudo o que o dinheiro pode comprar?".

"O dinheiro compra muitas coisas", conjeturou a estrela do reality "Mulheres Ricas" (Band), "mas a melhor coisa que eu tenho são os meus filhos, sabe? Isso não tem dinheiro que pague. Ser mãe é uma coisa maravilhosa", declarou Val. "Agora o dinheiro compra bolsa, sapatos, jóias... Isso tudo eu conquistei. Claro, a gente sempre quer mais. Mas a dádiva de Deus de eu ter sido mãe, pra mim foi meu melhor presente", reafirma Marchiori.

"Seus filhos são as coisas mais importantes que você tem na sua vida?", insistiu Faro. "São o meu melhor projeto de vida", afirmou Val. "Eu faço tudo por eles, só quem é mãe pra saber —ser mãe é uma coisa muito forte. A gente sofre por eles, mas eles nos ajudam. Você sabe que nos momentos mais difíceis um abraço do Victor, um sorriso do Eike, me coloca lá pra cima!", confidencia Marchiori, emocionada.

Faro ameaça abrir a "gaveta preta" e Val suspira: "Nossa, esse quadro é pra testar o coração da gente mesmo! Tô até tremendo aqui!". O apresentador tira então da tal gaveta dois objetos que pertencem aos filhos gêmeos da empresária: uma varinha de Harry Potter e um troféu esportivo. "Isso não vai prestar", diz Val, já borrando o rímel.

"Esse troféu de futebol foi o Eike que ganhou. Ele veio de Angra até São Paulo dormindo abraçado nesse troféu, a coisa mais linda de se ver!", comenta a mãe coruja. "A gente chora só de falar. Pra ele é tudo esse troféu, vale mais do que ouro! Mamãe eu consegui, eu sou campeão, eu ganhei —ele me disse, eufórico".

A varinha mágica do Harry Potter pertence ao gêmeo Victor: "Ele adora o Harry Potter. A gente foi pra Disney e ele me fez ficar na fila não sei quantas horas por causa desse brinquedo. Mãe é difícil!", desabafa Val. "Você concorda que esses dois objetos que nós temos na mão valem mais do que todo o seu patrimônio, dinheiro, qualquer coisa?", indagou Rodrigo.

"É que dinheiro vai e volta, né? Num momento você está bem, noutro não tão bem – as coisas vão acontecendo, vão se perdendo. Isso aqui você leva para a sua vida no seu coração. Eles vão levar para a vida deles. Eu sou muito apaixonada pelos meus filhos!", confessa Marchiori. "Eles são tão boas crianças —eu sei que toda a mãe fala isso, mas eles são tão carinhosos".

E faz uma revelação: "Quando eu fiquei separada, que foi um ano bem difícil para mim, foi muito exposto na mídia e eu fiquei preocupada, por eles mesmos. Eles também foram prejudicados com muita coisa ruim que saiu na imprensa". "Falaram coisas muito ruins de você na imprensa, não é?", cutucou Faro.

"Devido a uma loucura do meu ex —mas ele se arrependeu, eu já o perdoei", afirma Val. "A gente sofreu muito. E eu não me esqueço: o Victor passou a me esperar acordado até eu chegar em casa. Uma hora da manhã, eu entrava em casa e lá estava ele: mamãe a senhora chegou, a senhora tá bem? Foi quase um ano esse menino fazendo isso! Tipo assim: eu vou cuidar da senhora, não se preocupa, não, mãe —eu tô aqui!", conta Val comovida.

"Como é que pode um menino de 8 anos, na época, não dormir esperando a mãe porque estava preocupado?! O Eike então vinha me dizer: mamãe, a senhora não se preocupa, eu vou ficar muito rico, a senhora nunca vai precisar de nada! Porque ele ficava preocupado com as coisas que ele ouvia. Eles são muito bons meninos, são muito do bem!", conclui a empresária, tentando segurar a emoção.

"Você não teve a infância que os seus filhos têm, que você pode dar pra eles", lembra Faro. Mas Val afirma dar muitos limites para os filhos. "Não é porque eles nasceram de um pai e de uma mãe que hoje pode lhes dar tudo que eu dou não", garante.

"Tem gente que diz: Ah, a Val é mãezona! Não, eu dou muito amor, mas dou limites. O erro é esse, às vezes os pais só dão dinheiro —e a criança tem que aprender que tudo tem um preço na vida, e é muito difícil você ganhar. Então eles têm que fazer por merecer desde pequenos".

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"