Renato Kramer

'Admiro a pessoa que sai do quarto às 7h de banho tomado', confessa Marisa Orth

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"Eu fico mais sensível de manhã, às vezes, excessivamente", confidenciou a atriz Marisa Orth no "Calada Noite" (GNT) desta quarta-feira (18).

"Fico também mais indefesa, então as coisas me pegam mais forte de manhã", acrescenta a atriz. "Hoje em dia o que é que você gosta de fazer à noite?", perguntou a apresentadora Sarah Oliveira. "Nada!", respondeu Marisa de pronto.

E explicou: "É um dos poucos momentos que eu consigo não fazer nada. A minha cabeça pensa muito, então à noite eu consigo olhar a lua, respirar, ficar em silêncio. Eu gosto da sensação de saber que a maioria das pessoas já está dormindo. Dá um relaxamento".

A atriz, que ficou no inconsciente coletivo como a Magda de "Sai de Baixo" (Globo), continuou a discorrer sobre a noite: "Eu nem acho a alta noite tão apropriada para romance físico. Eu acho o fim da tarde melhor".

Com o seu jeito exuberante de ser, Marisa ainda ressaltou: "Eu acho chiquérrimo não ter pressa para dormir. Essa coisa de 'gente, eu tenho que dormir que amanhã eu tenho que acordar cedo' é muito chato! Pressa para dormir? Não é um contrassenso? A pessoa deita e fica: dorme, dorme!", desabafa a atriz enquanto encena o que fala.

A apresentadora questiona sobre o melhor horário para se fazer comédia. "Tem humor de todos os tipos. Mas fazer piada com quem acorda mal humorado de manhã é muito engraçado —'zoar' com o mal humor de alguém é muito bom", afirma Orth. "A manhã é para os fortes! E quem toma banho de manhã então? Aí é loucura, acho demais! A pessoa sai do quarto às 7h de banho tomado, com o cabelo arrumado, já 'montada'! Eu admiro", confessa a comediante.

Crédito: Reprodução/GNT Marisa Orth no "Calada Noite" (GNT)
Marisa Orth no "Calada Noite" (GNT)

Marisa fala sobre a peça que marcou a sua carreira no teatro e que tem tudo a ver com o tema do programa: "Fica Comigo Essa Noite" (Flávio de Souza). "É uma peça que eu fiz a primeira vez (1988, ao lado de Carlos Moreno) com meus vinte e poucos anos, refiz quase 20 anos depois (2007, ao lado de Murilo Benício) e é o tipo da peça que eu vou voltar a fazer com 60", anuncia Marisa.

A atriz faz uma ressalva sobre os amantes da noite: "Autores são piores que atores! Quem escreve é mais notívago ainda!". "O 'Sai de Baixo' era gravado só à noite?", quis saber Sarah. "Não, era gravado o dia inteiro", lembra Marisa. "Líamos de manhã, ensaiávamos à tarde e nos apresentávamos para duas plateias à noite". "Você é mais engraçada de dia ou de noite?". "Eu vou melhorando com a noite. Eu relaxo mais", responde a atriz detentora do Prêmio A.P.C.A. (Associação Paulista dos Críticos de Arte) Atriz Revelação em sua estreia na telinha como a Nicinha da "Rainha da Sucata" (Globo, 1990).

"Nenhum notívago gosta do nascer do dia, é impressionante!", comenta Sarah. "Por causa da 'prana' – aquela energia toda que vem dando na sua cara!", retruca Marisa com o seu humor característico. "E o pôr do sol?", pergunta a apresentadora. "Eu não gosto muito, acho confuso", vai respondendo a atriz quando se dá conta e interrompe. "Pelo amor de Deus, vai sair: Marisa não gosta do pôr do sol! Pelo amor de Deus!", implora a atriz com o seu jeito exagerado.

"São conhecidamente os momentos mais lindos da natureza", corrige, "mas me confunde. Eu acredito na produção de serotonina com a escuridão. Eu sou uma mariposa, enquanto tiver uma luzinha acesa eu estou lá!". E a espevitada Damáris de "Sangue Bom" (Globo - 2013) ainda confidenciou um truque seu para dormir no avião sem claridade: a 'tromba respiratória'.

"Eu descobri que a cava de qualquer casaco equivale aproximadamente à circunferência do seu crânio. Então, pá: joga o casaco em cima, com a cava na cara. Organiza a manga para se tornar a 'tromba respiratória'. E assim também o pessoal não te fotografa pescando, dormindo de boca aberta, aquela coisa horrorosa", ensinou a atriz que recentemente viveu a Silvia Veiga de "Dupla Identidade" (2014).

Ao encerrar, logo após cantarolar "Cavalgada" (Roberto e Erasmo Carlos), Marisa Orth sugere como trilha de despedida uma canção de Maysa (1936 - 1977): "Ouça". "Maysa é noite! Parece que a voz dela fica de noite. Se você ouvir Maysa ao meio-dia vai ficar de noite!", afirma Marisa enfática.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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