"Eu queria deixar bem claro que eu não sou ateu", declarou o empresário Oscar Maroni ao deixar o reality rural (Record) nesta quinta-feira (2). "Eu sou 90% ateu mas tem 10% que acredita em Deus", acrescentou Maroni.

Teria sido a sua pouca fé que não o salvou? Pelo sim, pelo não, o ex-Menudo Roy Rossello agradeceu muito a Deus por ter sido o escolhido para permanecer no jogo. Antes mesmo de saber o resultado da votação, que não foi lá muito folgada: ele obteve 59,25% dos votos, o cantor já se achava merecedor da vitória.

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"Dizem que a voz do povo é a voz de Deus. Eu acho que tem muitas pessoas aqui têm muito o que aprender. Existe muita falsidade, muita hipocrisia... Eu só tento levar uma mensagem boa de amor, de paz. Não gosto que as pessoas briguem, porque acho que todos somos irmãos em um só Deus" —declarou o ex-Menudo em tom de pregação. Sincero?

Oscar Maroni não acredita nisso. "Ele defende uma bandeira que eu não acredito", argumentou o empresário ao ser questionado sobre o motivo pelo qual Roy deveria sair. "Ele se posiciona muitas vezes como o novo messias. Ele prega uma religião que eu, particularmente, acho muito hipócrita. Ele se acha superior às pessoas!", afirmou Maroni.

Momentos antes da decisão da primeira roça desta sétima edição de "A Fazenda", Roy demonstrara indignação com a conversa de Cristina Mortágua e Heloísa Faissol. A ex-modelo dizia que a pessoa que falara mal de outra deveria se acusar, senão ia haver consequências. Roy levantou-se e deixou a sala dizendo: "Vingança! Isso não é coisa de Deus!".

"Querido, você não entende de lei!", retrucou Mortágua, fazendo uma leve referência ao seu recente problema com a justiça. "Isso é inferioridade!", replicou o ex-Menudo. "Você é inferior, cada vez mais!". Mas não saiu ileso do debate: "É... Deixar o filho sem comer é superior!", soltou Cristina. E teve o apoio de Helô: "Deixar um filho de quatro anos sem comer também não é coisa de Deus!", atiçou a funkeira. "É...muito superior!", arrematou Mortágua.

À tarde os peões, estimulados pela modelo Lorena Bueri, resolveram fazer uma espécie de "jogo da verdade" que acabou mais para um bate-boca no melhor estilo "Casos de Família" (SBT). E a personalidade da mídia estava mais uma vez envolvida. Cristina Mortágua ouviu acusações sobre o que disse ou deixara de dizer com uma certa calma, até que explodiu.

"Eu posso ser reservada, as pessoas podem até me achar trouxa, idiota, mas de idiota, meu amor, eu não tenho nada!". O seu maior desafeto no programa, o repórter Felipeh Campos, ainda tentava discutir com a ex-modelo quando ela se voltou para ele: "Não dirija mais a palavra a minha pessoa! Você me causa repulsa!" e deixou a sala. "Graças a Deus que eu não tenho convivência com você!", gritou o repórter.

Roy Rossello ficou, mas pela manhã tinha declarado abertamente que não sentiria muito se tivesse que deixar o jogo: "Se eu sair daqui eu vou sair tão feliz", declarou o ex-Menudo para Diego Cristo, "porque esse mundo não é para mim", concluiu. Já o empresário da noite reafirmara a sua ficha em outro momento: "Oscar Maroni, 63 anos, cinco empresas... Sou rico!".

Ao deixar o reality, Maroni confessou ao apresentador Britto Jr.—que nesta quinta-feira particularmente caprichou no figurino: "Foi uma das melhores e mais marcantes experiências de toda a minha vida e olha que eu já passei momentos delicados na minha existência! Agora, esse negócio de ficar sem relógio, sem celular e sem televisão é uma loucura!".

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"