O apresentador e humorista Danilo Gentili ficou "De Frente com Gabi" (SBT) neste domingo (14).

Antes de mais nada, Danilo anunciou a estreia de sua série "Politicamente Incorreto" nesta segunda-feira (15), no canal pago FX, às 20h30. "É bem no horário político", ressaltou Danilo, "a gente fez para concorrer... a gente sabe que a concorrência é dura: é muito difícil ser mais engraçado do que aquilo, mas a gente tentou".

A entrevistadora Marília Gabriela lembrou da recente estreia de Gentili no cinema. "Fiz um filme no ano passado —"Mato Sem Cachorro" (Pedro Amorim)—, uma experiência incrível!", afirmou o humorista. Para 2015 ele está preparando o seu próprio filme: "Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola", baseado no seu livro homônimo.

"Você está procurando briga outra vez?", cutucou Gabi, já que o livro recebeu reclamações e teve que ser editado com uma tarja preta como impróprio para menores de 18 anos. "Acredito que sim, e é bem mais legal quando isso acontece!", respondeu Danilo. "Porque chama mais atenção?", arrisca Gabi. Gentili concorda. "Na verdade, eu não sei se eu que passo dos limites ou os limites que estão cada vez mais estreitos", defende-se o humorista.

"Se você olhar um tempo atrás, as coisas que eu falo hoje não chegam nem perto do que outros comediantes falavam nos anos 80", comenta o apresentador. "Que outros comediantes?", quis saber Gabi. "Chico Anysio, Os Trapalhões", respondeu Danilo.

Entre tantos outros assuntos, Gabi consultou Danilo sobre o estilo de humor que o trouxe até o grande público. "O brasileiro levou um tempo para ficar confortável assistindo o 'stand-up'?". "É, foi um choque cultural. O brasileiro não estava acostumado a ver o comediante sem estar caracterizado de personagem. Por isso deu tanta confusão", explicou Gentili.

E deu um exemplo: "Se o Miguel Falabella como Caco Antibes [personagem de "Sai de Baixo"] faz uma piada de pobre, ele é um gênio. Agora se eu, de Danilo Gentili, faço uma piada de pobre, sou uma pessoa que odeia pobre! E sou processado!", conclui. "Você tem quantos processos hoje nas costas?", aproveita o gancho Gabi. "Devo ter uns sete ou oito. Porque às vezes tem um que vira três, vira quatro!", conta o apresentador que completa dizendo que nunca perdeu nenhum.

"Danilo, você está gostando de ser famoso?", pergunta a jornalista. "Eu estou gostando de ter as portas abertas para fazer o que eu gosto, esse é o melhor benefício de ser famoso", responde o comediante. "Você está gostando de fazer televisão? Você sempre foi bastante crítico de televisão, e agora?", questiona Gabi. "Agora eu continuo sendo. Se você pegar a abertura do 'The Noite' é falando mal do que tem na TV e do meu próprio programa", afirma Danilo.

O apresentador contou de suas grandes perdas, da morte do seu pai e da sua irmã seis meses depois, de quando pregava na igreja batista, já buscando o humor —e do quanto a igreja e o humor foram importantes para ajudá-lo a superar as dificuldades: "Eu acho que quando você ri é porque você superou. O riso é a última fronteira".

O humorista, que tem por volta de 17 milhões de seguidores nas redes sociais, confidenciou que está namorando uma moça que já conhecia há uns quatro anos, que sempre gostou dela mas que se autossabotava. "Ela é do meio, é humorista?", perguntou Gabi. "Não, não. Ela é uma pessoa normal", garantiu Danilo.

"Quando você diz que não sabe o que será de você, que pode acabar de repente, isso é um charme seu ou é de fato uma insegurança?", indagou a entrevistadora. "É de fato uma insegurança. Aquele que está em pé tem que tomar cuidado para não cair. Quantas pessoas você pode se lembrar de 10, 20 anos atrás, que estavam muito bem e hoje ninguém ouve falar?", questionou Gentili.

"Eu tento construir a minha carreira da forma mais concreta possível. Mas existem fatores externos que não dependem só de mim. De hoje para amanhã, tudo pode mudar!", observa o humorista. "Você sonha com o quê?", encerra Gabi. "Sabe o que eu quero mesmo? Eu quero casar, ter uma família, sossegar e ficar de boa!", declara o apresentador do "The Noite" (SBT).

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"