Renato Kramer

Frescor de Sônia Braga e discreto charme de Antônio Fagundes dão brilho à 'Dancin' Days'

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A novela "Dancin' Days" (1978), de Gilberto Braga, está fazendo sucesso em sua reprise no Viva.

Recentemente o autor foi cogitado para fazer um remake de "Dancin' Days" mas, principalmente depois do fraco desempenho do remake de "Guerra dos Sexos", decidiu não fazê-lo. E acertou.

A maioria dos remakes feitos ultimamente não tem alcançado o mesmo sucesso das versões originais. Assim foi com "Guerra dos Sexos", com "Gabriela" e, provavelmente, ocorreria também com "Dancin' Days". E se o originais são tão bons, e agora tem um canal que se especializou em reprisá-los —o melhor que a geração mais jovem tem a fazer é assisti-los e os mais maduros revê-los e viajar no tempo. E como a gente viaja!

No capítulo desta quarta-feira (27), Júlia Matos (Sônia Braga) e Cacá (Antônio Fagundes) discutem longamente a relação. Sem pressa, sem agito, em uma longa e interessante cena os personagens tinham um bom texto para falar —e a química flui solta entre o discreto charme de Fagundes e o frescor e a naturalidade de Sônia Braga.

Crédito: Divulgação Atores em cena da novela "Dancin' Days", de 1978
Atores em cena da novela "Dancin' Days", de 1978

Para melhorar um pouco mais o capítulo, aparece em seguida Áurea, interpretada pela grande atriz Yara Amaral (1936-1988) —esbanjando talento em uma cena que conversa com Inês, a não menos talentosa Sura Berditchevsky. Ironicamente, na cena Áurea pede para Inês lhe explicar o que significa "reconstituição de época".

E para encerrar o capítulo desta noite, a cereja do bolo: os jovens Marisa (Glória Pires) e Beto (Lauro Corona / 1957-1989) têm uma conversa totalmente descontraída e cheia de graça. Vale lembrar que ambos receberam por este trabalho o Prêmio APCA como Melhor Ator e Melhor Atriz Revelação da Televisão.

Uma novela que já foi apresentada em cerca de 40 países, sendo que foi a primeira novela brasileira a ser exibida no México (Televisa - 1986), país de forte tradição na produção de teledramaturgia —decididamente não tem que ser refeita, tem é que ser revista. E para quem não teve a oportunidade na época, corra achar o Canal Viva!

Como diz a deliciosa música de abertura cantada pelas Frenéticas: "Na nossa festa vale tudo, vale ser alguém como eu, como você!" (Dancin' Days - Nelson Motta). Então, para curtir à caráter, a mulherada pode colocar a sua boa calça de cetim, as suas meias soquetes de lurex, muito blush, muito batom e muito lápis preto. Depois é convidar o consorte para sentar na frente da TV e aprender muito com as intrigantes DRs do envolvente casal Cacá e Júlia Matos.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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