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Renato Kramer

'Gravei vinheta do 'Fantástico' e ninguém me pagou nada!", afirma Vanusa no 'Luciana by Night'

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A cantora Vanusa foi a entrevistada desta terça-feira (26) no "Luciana by Night" (Rede TV).

"Vanusa Santos Flores" é o título do EP que contém quatro músicas do CD que deverá estar pronto ainda em setembro próximo. "É uma parceria maravilhosa que eu estou fazendo com o Zeca (Baleiro), a gente escolheu com muito carinho as músicas: tem ainda, além do Zeca, músicas de Zé Ramalho, Zé Geraldo e Wander Lee", anunciou Vanusa.

"Por que demorou dez anos para voltar a gravar?", quis saber a apresentadora Luciana Gimenez. "A fase não estava boa", confessou Vanusa, "eu achava que já não tinha uma fatia do bolo para mim. Não que eu ache que agora tenha, mas naquela época, sinceramente, eu não tinha vontade de gravar. Quando o Zeca me ligou eu ainda tava na clínica", contou Vanusa.

"Depois do 'Hino Nacional' eu pirei! Eu queria parar de cantar! Aí, me internei e passei seis meses na clínica", confessou a cantora. "Não sabia!", retruca Gimenez. "Nossa, o Brasil – o mundo sabe que eu errei o 'hino nacional'!", replica Vanusa. "Sabia da história do hino, que eu nem achei tão...até achei engraçado, mas eu pago tanto mico aqui!", comenta Luciana.

"É mas o meu mico foi mundial: foram mais de 2 milhões de visualizações. Foi difícil para mim. Eu fiquei totalmente traumatizada, eu queria mesmo parar de cantar —não queria ver ninguém, eu fiquei muito mal!", confidenciou a grande intérprete de "Paralelas" (Belchior).

Para se recuperar, a cantora revelou que procurou uma clínica, onde ficou seis meses internada: "Foi a melhor coisa que eu fiz! Foi quando eu pude parar para poder analisar o que é que estava acontecendo comigo".

"Eu só sei dizer que se fosse eu cantando o Hino... Eu nem vou falar que eu só sei a primeira parte —a segunda parte ninguém sabe direito!", afirmou Luciana."Não, mas eu não errei a letra", defende-se Vanusa. "Um tempo depois eu tentei me imitar cantando como naquele dia —ninguém consegue! Porque o que eu fiz foi uma coisa absurda em termos de melodia!", confessou a cantora.

"Eu adorei. Acho que deu ibope. Que coisa mais chata essa história de tudo certinho! Você vê que deu um 'boom' na sua carreira —porque ninguém quer mais coisa certinha!", Gimenez defendeu a convidada. "Depois apareceu um comercial de cartão de crédito que o (filho) Rafael me trouxe. Eu me neguei quando soube do hino, aí ele me encarou e soltou: mãe, vou ser bem claro: se não for pela grana, que seja para tirar essa porra de hino da sua cabeça! Aí eu concordei: tá certo, vou fazer! E exorcizei, exorcizei!", comemora a cantora e compositora de "Manhãs de Setembro".

Ao mostrar flashes de sucessos da cantora, como os clipes para o "Fantástico" (Globo) de "Paralelas" e "Don't Cry For Me Argentina", Vanusa aproveita a ocasião para fazer um protesto: eu gravei a vinheta de abertura do "Fantástico" (Olhe bem preste atenção...), que ficou no ar uns 15, 20 anos e ninguém me pagou nada! nem me deu crédito!", queixa-se mas logo se conforma. "Meu bem, quem inventou o 'Fantástico' foi o meu marido Augusto César Vannucci —pois se não tem mais o nome dele nos créditos, vai ter o meu?".

"Quantas vezes você foi casada?", perguntou Gimenez. "Eu me casei oito vezes. Mas estou chegando à conclusão de que deveria ter parado no Antônio Marcos (pai da Aretha e da Amanda) e no Vannucci (pai do Rafael). Porque bem, eu fui casando e a produção foi caindo, caindo... E eu sofri demais! Agora é o seguinte: escova de dente junto com a minha e cueca na minha gavetinha, nada! Não quero!", afirma a cantora que, como diz a bela canção de Sérgio Sá que gravou em seu disco "Vanusa 30 Anos" —está saindo do seu "Estado de Fotografia".

"Você está solteira?", quis saber a apresentadora. "Sim. Hoje qualquer coisa com homem está difícil. Porque os homens, os que tem, eles têm medo da gente. Eu sou uma mulher de quem os homens têm medo!", declara Vanusa. "E tem que ter mesmo!", replica Gimenez. "Ah, porque hoje falou meia merda eu já digo: dá licença!", concorda a cantora.

"E esse apelido 'diabo loiro' que o Chacrinha te deu, você gostava?", questiona Luciana. "Isso foi porque na primeira vez que eu fui lá eu bati de frente com ele e quando então o Chacrinha foi me apresentar pela primeira vez já me chamou de 'diabo loiro'. Pegou! Ele viu que eu era geniosa", assume Vanusa.

Para encerrar o programa, Vanusa canta, do seu novo disco, a bela canção de Zé Ramalho: "O silêncio dos inocentes" —e mostra que, independentemente do gênio forte, das crises de esquecimento, e do trauma do hino distorcido —a sua voz continua bonita e afinada, e que não é nada à toa que ela é considerada uma das melhores cantoras brasileiras de todos os tempos.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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