Renato Kramer

Crise envolvendo casal Oswaldo e Camila salva 'O Rebu' do marasmo

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A investigação em si instaurada em "O Rebu" (Globo) para descobrir quem matou o jovem Bruno (Daniel de Oliveira) já estava querendo cair na mesmice quando a polícia dá de cara com o descompensado jornalista Oswaldo (Júlio Andrade) no episódio desta sexta-feira (8).

E por pouco Oswaldo não escapou ainda uma vez, pois ao perceber que o carro da polícia se aproximava, deixou o 'orelhão' no qual falava com a esposa Camila (Maria Flor) e entra correndo num bar de esquina, tira a sua arma da cintura e faz uma freira de refém.

Na mansão, Ângela (Patrícia Pillar) fica sabendo do acontecido e liga de imediato para alertar Camila. Com a discrição que lhe é peculiar, a empresária avisa que Oswaldo está bem, mas em uma situação delicada – que ela até disponibilizará um helicóptero para levar Camila até a cena. Ela aceita.

Enquanto isso, na cena do crime, a freirinha começa a rezar sem parar e isso irrita profundamente Oswaldo que lhe dá um safanão e o terço cai no chão, espalhando as contas para todos os lados. nesse ínterim, o delegado Pedroso (Marcos Palmeira) chega ao local e tenta negociar com Oswaldo. O jornalista, fora de si, exige um helicóptero em trinta minutos, senão matará a religiosa.

Enquanto Camila atravessa a cidade para chegar até o helicóptero, flashes de cenas do casal no consultório médico vão passando em sua cabeça. "Eu já não sei mais o que fazer, doutor!", queixa-se Camila, "ele tem se mostrado ou apático ou irritadiço". Oswaldo está prostrado numa poltrona ao seu lado. De repente, ele pede desculpas à Camila.

Um filme do dia em que eles se conheceram passa na cabeça de Camila. Oswaldo leu uma bela poesia que a deixara encantada, mas confessou que aquela era de Fernando Pessoa, não dele. E, ao som da clássica "Ne Me Quitte Pas", na voz de Maysa, ela achou o máximo ele ser poeta e ele afirmou que ela tinha a profissão mais digna do mundo: professora! Fofos.

De volta à cena da cruel realidade, a freira – depois de tentar convencê-lo de que Deus estava com ele também, mas Oswaldo insistia na certeza de que com ele Deus não estava mais – a freira teve uma luz e perguntou-lhe: "você acha que vai lucrar alguma coisa com a minha morte?". Foi como se fizesse Oswaldo cair em si: ele então pediu que ela se levantasse e mandou-a embora dali, apontando a arma para a sua própria cabeça.

E enquanto os seus demônios falavam por ele: "todos que me odeiam murmuram contra mim...imagino me maldizendo, uma doença má...tá deitado, não se levantará mais!" – chega Camila que, viola o cordão de segurança e vai em direção ao amado, que continua apontando a arma para si mesmo.

Aí é que quem sabe faz, quem não sabe disfarça. E o casal deu um show de interpretação no desenrolar desta cena seguinte. Camila (Maria Flor) começa a caminhar em direção a Oswaldo lívida, quase transparente, mas firme: "Fugir é sempre mais fácil, não é?", lhe diz a moça. "O que é que você está fazendo aqui, Camila?", pergunta Oswaldo (Júlio Andrade) com o coração moído na voz. "Eu quero o seu perdão", responde Camila avançando suavemente, como se deslizasse em direção ao amado.

Oswaldo tira a arma da sua cabeça e, com muita dificuldade, a aponta para Camila. Camila continua impávida, avançando devagarinho e lhe falando: "Me perdoa, meu amor...me perdoa porque eu não aguentei sofrer, porque eu tive vergonha...me perdoa porque eu te deixei sozinho e traí o que eu sinto, me perdoa? Me perdoa porque quando você mais precisou de mim eu tentei te esquecer, me perdoa?".

"Sai daqui, Camila!", suplica Oswaldo num fiapo de voz. Camila continua avançando mesmo com a arma apertando o seu peito: "Me perdoa. Vai em frente, Oswaldo! Eu não vou desistir de nós". Aos pouquinhos ele vai soltando a arma nas mãos dela e o casal se abraça longamente. Oswaldo ainda tenta argumentar e fazer promessas, mas Camila o aquieta: "A gente vai resolver isso juntos...eu não vou te deixar sozinho nunca mais!".

"Baita" cena, como se diria lá nos pampas. Júlio Andrade e Maria Flor não deixaram pedra sobre pedra no episódio desta sexta-feira de "O Rebu". Emocionante.


Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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