Renato Kramer

Val Marchiori come churrasco grego e anda de ônibus no "Tudo É Possível"

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"Val Marchiori, Quem Diria, Acabou no Brás" --poderia ser uma versão da antiga peça, já citada aqui, "Greta Garbo, Quem Diria, Acabou no Irajá" (Fernando Mello).

Pois a mais esfuziante das "Mulheres Ricas" (Band) participou no início da tarde de domingo do quadro "Um Dia De Tristeza" do "Tudo É Possível" (Record) --parodiando, é claro, o "Um Dia de Princesa", do antigo programa apresentado pelo então cantor Netinho de Paula.

Para realizar o quadro, Mendigo (Carlos Alberto) e Mano Quietinho (Vinícius Vieira) apresentaram-se em traje de gala, com direito a luvas brancas e tudo.

Mas desta vez não seria numa grande e glamurosa limusine que a rica empresária iria ser transportada. Foi num velho e desconstruído opalão tosco, preto fosco --cheio de jornais velhos, poeira e pelos de cachorro nos bancos.

"Vai sujar todo o meu vestidinho da Pucci!", queixa-se Marchiori ao vislumbrar o cenário medonho do velho opalão. "Ai, só por Jesus!", diz ao entrar no carro.

Pois para receber a dupla dinâmica em seu modesto apartamento de 850 m² nos Jardins (SP), Val envergava um Pucci vermelho sangue, que valorizava as suas curvas, e grandes brincos de pedras preciosas rosa chá --sem esquecer de levar consigo, ao sair, uma de suas dezenas de bolsas Chanel beige, combinando com os altíssimos scarpins no mesmo tom.

Mendigo arrisca desfilar ao lado de Val, dando-lhe o braço como um distinto cavalheiro. Mas logo observa: "Parece uma Ferrari andando do lado de um fusca!". Val dá risada. E Mendigo acrescenta: "É, tem um ditado que diz que não existe mulher feia, existe mulher pobre!". Val retruca de imediato: "Não é verdade! Tem cada mulher rica aí, que Deus o livre!".

Mendigo se anima e pergunta-lhe: "Tá namorando, tá solteira?". Val: "Solteiríssima! Você tem esposa?". Mendigo a encara bem de frente e responde com ar lânguido: "Tô procurando!". E Val: "E vai ficar [procurando]!", e solta uma boa gargalhada.

Crédito: Zanone Fraissat-12.mar.2012/Folhapress A socialite Val Marchiori
A socialite Val Marchiori, que comeu churrasco grego e andou de ônibus no "Tudo É Possível", da Rede Record

Mendigo pergunta o que a empresária acha de mulheres que viram do avesso só para ter uma bolsa Louis Vuitton. "Tá certo!", afirma Val. "Mais vale um gosto do que dinheiro no bolso!", conclui Marchiori.

Ao dar a partida no tenebroso carro velho, Mendigo acelera o que pode, fazendo Val gritar desesperada. "Ai, eu vou descer! Isso aqui tá pior do que [o passeio de helicóptero] com a Narcisa [Tamborindegui]!". E lá se foram em direção ao bairro do Brás.

Lá, a moça que já foi "pobrinha" passou por grandes desafios. Entrou em lojas cujo preço de uma blusa era R$ 14, enquanto se fosse uma Chanel Val pagaria R$ 6 mil (reais). "Seis mil uma blusinha dessas?!", exclamou Quietinho. "É, Chanel!", explicou La Marchiori.

E a "pop star" das "Mulheres Ricas" anda na rua com uma entourage de populares filmando-a e fotografando-a com seus celulares. Ela entra numa lanchonete onde degusta de leve uma coxinha, passa numa loja de lingerie que anuncia "tangas" por um real e cinquenta centavos e ainda é obrigada a andar de "busão"!

"Isto é um momento histórico", anuncia Mano Quietinho. "Val Marchiori andando de busão no 'Um Dia De Tristeza'!". E, depois de passar a catraca com certa dificuldade, Val não se anima a segurar-se em nada. "Tem que passar um álcool antes... todo mundo põe a mão aqui!", argumenta a socialite.

Para finalizar com chave de ouro, os rapazes apresentam a celebridade ao 'churrasco grego'. Val torce o nariz desde que o avista. "Tô passada! É tudo muito gorduroso", adverte ela. "Só de olhar eu já tô gorda!". É, Miss Marchiori está de volta, em todo o seu esplendor!

"Mas você gostou, vai?", perguntou-lhe Mendigo que candidatara-se para o cargo de "affair" da loura platinada, mas fora de pronto dispensado. "Adorei!", respondeu-lhe a poderosa com um sorriso amarelo.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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