Renato Kramer

"Espero que ele consiga ficar de pé, esse Pinto!", declara Marcelo Tas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O repórter Rafael Cortez aparece tentando fazer um acordo com o comentarista esportivo da Rede Globo Mauro Naves. "Eu te conto um defeito do meu chefe e você conta um do seu", sugeriu Cortez. E logo foi soltando: "O Tas tem bafo". Mauro Naves prefere sair pela tangente: "Tenho muitos chefes, seria difícil dizer".

Ao voltar para o estúdio, Marcelo Tas retruca de imediato. "Bafo? Tenho hálito de nêsperas italianas na primavera, isso é inveja!". "Nêsperas italianas na primavera" foi a única imagem suave desta edição.

O programa "CQC" (Band) desta segunda estava recheado de toda espécie de gracejos e gaiatices. Mas nada superou o 'humor negro' em que anda a política brasileira.

O apresentador Marcelo Tas estava particularmente inspirado. Ao comentar sobre a queda de Carlos Lupi e a posse do ministro interino do Trabalho, Paulo Roberto Pinto, Tas decretou: "espero que ele consiga ficar de pé, esse Pinto!".

Felipe Andreoli esteve em Brasília colhendo depoimentos de deputados sobre o transtorno no Ministério do Trabalho. Os deputados estavam cheios de graça também. O deputado federal Chico Alencar começou afirmando com branda ironia: "nós não temos Ministro do Trabalho, temos ministro que dá trabalho!". Já o também deputado federal Jean Wyllys sugeriu objetivamente: "eu queria que o ministro Carlos Lupi ouvisse o capitão Nascimento (do filme Tropa de Elite): pede pra sair!".

Ao ser abordado por Andreoli, o deputado federal Paulo Pereira, o Paulinho da Força, questiona o repórter: "você sabe como trabalha um assessor aqui?". "Pouco", responde Felipe. "Não, assessor trabalha, quem não trabalha é o deputado", retrucou o deputado. E assim caminha o circo, ou melhor, o circuito político da Capital Federal.

Ainda na política, o repórter Maurício Meirelles foi ao Amapá conhecer a Assembléia Legislativa que paga a verba indenizatória mais cara do país: cem mil reais. Isso sem contar com o "Top Five Escândalos", que elegeu os cinco piores escândalos políticos do ano.

O controverso deputado Jair Bolsonaro ficou em quinto lugar. "Só em quinto?!", comentou ele com ar de decepção pela baixa classificação. "Se o senhor continuar a soltar a língua como tem feito vai chegar à medalha de ouro", retruca o repórter do CQC. "Eu não sou contra os gays...sou contra o "kit" que querem implantar na rede pública...você quer que o seu filho aprenda a ser 'boiolinha' na escola?" E dá risada. E pensar que todos só estão lá porque foram eleitos...

Como tudo o que está ruim pode ficar pior, Felipe tenta abordar a deputada Jaqueline Roriz para informá-la de que foi a vencedora do primeiro lugar como causadora do maior escândalo político do ano. Em vídeo fartamente mostrado em telejornais, a deputada teria sido flagrada recebendo dinheiro do delator do mensalão do DEM. Felipe estende a mão para a deputada que o evita, respondendo altiva: "e o escândalo lá do Rafinha? Olha que dá processo...". Como se houvesse parâmetro de comparação.

Mas o CQC de ontem não ficou só na política. Teve momentos eróticos também. Alguns de gosto duvidoso, mas enfim, depois desse painel político, que mais poderia surpreender-nos?
A declaração de Bruna Surfistinha sobre a fantasia mais estranha que um cliente tenha exigido? Não, afinal somos adultos. "Ele pediu que eu introduzisse o punho nele e eu fiz isso", contou ela com a mesma suavidade com que daria a receita de um bolo de baunilha. Para quem ela não daria nem pagando? "Pro João Kleber. Ele é muito chato!", respondeu a ex-peoa de "A Fazenda 4".

"E eu, como sempre, cubro as pautas mais relevantes do CQC", comentou num tom irônico a repórter Mônica Iozzi ao iniciar a sua matéria no concurso "Miss Bumbum". Silicones e glúteos avantajados invadiram a telinha. "A Mônica até tentou participar do concurso", brincou Marcelo Tas, "mas a dela estava muito magra!".

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas Notícias