Renato Kramer

"Macho Man": bichérrimo!

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"Eu sou hetero", afirma Zuzú (Jorge Fernando) para a sua nova "paixonite" Helô (Ingrid Guimarães - isso é glamour?!), sem muita convicção. "Mas você é bichérrimo!", retruca a "patricelha" (que seria uma "patricinha velha", explicaria Valéria logo depois). "É que eu deixei de ser gay faz pouco tempo", conclui Zuzú, dando o caso por encerrado.

Mas, na verdade, as peripécias da nova temporada de "Macho Man" estavam só começando. Tudo o que fora um tanto mais velado na primeira temporada, agora escancarou de vez. Os autores, Fernanda Young e Alexandre Machado, resolveram soltar o verbo e a franga juntos.

Jorge Fernando voltou exuberante, como ele próprio se auto-intitula no texto. "Eu tenho culpa de ter uma natural exuberância?", pergunta para a "peruérrima" Helô. O ator parece até mais seguro no vai e vem do seu personagem, que brinca entre o universo gay e o hetero. E o seu Zuzú solta pérolas capciosas, sem medo do "politicamente incorreto". "O bom de ser hetero é que a gente pode ser canalha", confidencia ele enquanto encomenda um terno.

Marisa Orth domina a sua Valéria com maestria. No episódio de reestreia não conseguia esconder os ciúmes que sentia por Zuzú estar de "affair" com a tal Helô. "Você se vendeu por dinheiro!", joga na cara do cabeleireiro. "Você descobriu!", responde ele, ironizando.

A Helô caiu como uma luva para a atriz Ingrid Guimarães. Dá até a impressão de que não poderia mesmo ser realizado por outra atriz. Comediante de mão cheia, com um "time" perfeito, Ingrid brilhou no retorno de "Macho Man". E ainda por cima, como diria a impagável Vera Verão de Jorge Lafond, estava quase uma Gisele Bündchen!

Crédito: Renato Rocha Miranda/TV Globo Helô (Ingrid Guimarães) e Nelson (Jorge Fernando) em cena do seriado "Macho Man", que voltou à grade da Globo nesta sexta
Helô (Ingrid Guimarães) e Nelson (Jorge Fernando) em cena do seriado "Macho Man", que volta à grade da Globo

Deboche puro, no desenrolar da trama Helô fica sabendo que Valéria teria deixado um berimbau de presente para o seu Zuzú --agora diretor das empresas do seu riquíssimo pai (José Augusto Branco). "Joga fora que é macumba!", grita a "patricelha" ao mesmo tempo que arremessa o instrumento da janela do escritório que fica no décimo andar. E não é que o berimbau cai exatamente na testa de Valéria que estava lá embaixo esperando para falar com Zuzú?!

Ela vai parar no hospital e recebe a visita de sua melhor amiga Nikita (Natália Klein). Ao despertar e dar de cara com Nikita ao lado do leito, Valéria pergunta, ainda muito zonza: "Eu morri?". Nikita responde rápido: "Se você tivesse morrido eu estaria de preto". Olha rápido para si mesma. "Ih, eu estou de preto! Você morreu".

A atriz Natália Klein já participava do elenco na primeira temporada. E já tinha dado um show com as bizarrices do seu personagem. Voltou ainda melhor. Além da figura marcante, a atriz também tem o domínio exato do tempo de comédia. E consegue dar alma a um personagem que poderia correr o risco de ficar puramente caricatural. Nikita é o máximo.

Mais uma vez se faz presente o talento do diretor José Alvarenga Jr. E também, é preciso que se diga, a importância do incrível figurino de Ellen Milet, que veste com perfeição cada personagem. "Isso é glamour", afirmaria Ingrid Guimarães.

"Sabe o que o escorregador disse para a gangorra? Como os 'anos' passam rápido!", contou Zuzú na mesa de um jantar beneficente "finérrimo" para o qual Helô lhe tinha solicitado muita discrição. E, principalmente, que não risse alto. E Zuzú gargalha com todo o volume possível da sua piadinha infame. Só ele ri.

Em casa, muito provavelmente, muita gente também riu com o divertido e espirituoso retorno de "Macho Man". A partir de agora, toda sexta-feira na Rede Globo.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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