Nina Lemos

A atriz que falou mal de nordestinos e fim da era do "trabalho na Globo"

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"Eu não gosto de escrever para gente pobre". A declaração é da atriz Vera Fischer, feita no dia do lançamento de um dos seus livros. A "escritora" se justificou. "A vida dos ricos é mais interessante". O fato de ela ter ido para a clínica de reabilitação não tem nada a ver com a sua declaração. A atriz foi preconceituosa. Ponto.

Na mesma semana, a atriz e namorada do ator Marcos Paulo, Antonia Fontenelle, provocou revolta no Twitter ao escrever, em tom negativo, que um jornalista tinha "cara de cearense". Ela tentou se justificar falando que o "povo adora interpretar mal". Como se houvesse alguma maneira positiva de interpretar o que ela disse. Antonia foi preconceituosa. Ponto.

Vivemos a época da hiper exposição das celebridades e do twitter, onde todos podem ficar famosos por alguns segundos e qualquer informação ganha o mundo em segundos. Essa "era" provoca muita coisa ruim. A onda moralista e a "cobertura" do velório de Amy Winehouse é só a mais recente delas.

Mas um lado bem dessa exposição toda é o fim da carteirada. No passado recente, um famoso poderia posar de superior que não paga pelas bobagens que fala. "Eu trabalho na Globo", bradava Bozó, o personagem de Chico Anísio. "Se sou famoso, falo o que quero".

Hoje, artista ou não, se disse bobagem, os outros vão reclamar, sim. E há quem chame isso de patrulha. Outros argumentam que falar o vem a cabeça é liberdade de expressão.

Esse direito tão importante foi evocado nos últimos meses cada vez que se falou mal de gay, de nordestino, de mulher estuprada e por aí vai. Não adiantou e nem vai adiantar. Se você foi preconceituoso, vai ter que se retratar, sim. E nem adianta vir dizer que "trabalha na Globo".

Perdeu, Bozó.

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