Celebridades B ganham dois novos shows na TV americana

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Como aproveitar celebridades que caíram em desuso e tentar torná-las novamente apetitosas, mesmo que, para isso, elas precisem pagar um mico? Essa vem sendo uma ideia que a TV americana tem explorado com certa regularidade nos últimos anos.

E, em alguns casos, com extremo sucesso. Pegue o caso do programa "Dancing with the Stars", que começou a ser exibido em 2001, e, entre suas 13 temporadas, conquistou várias vezes o posto de primeiro lugar de audiência (a última temporada ficou em segundo lugar).

Por entre as 150 celebridades B e C resgatadas pelo show, estiveram atores semi-aposentados como Tatum O'Neal, Jane Seymour, Vivica A. Fox, George Hamilton, Marlee Matlin, Denise Richards e Ralph Macchio; músicos como Macy Gray, Mel B e Billy Ray Cyrus e esportistas como o corredor brasileiro Hélio Castro-Neves (vencedor da quinta temporada do show, em 2007) e a tenista Monica Seles.

Com seu "Celebrity the Apprentice", Donald Trump trouxe de volta as modelos Carol Alt e Selita Ebanks, o ator Stephen Baldwin, o jogador Dennis Rodman, as cantoras Cindy Lauper e Dionne Warwick e até o ex-governador de Chicago Rod R. Blagojevich, condenado em dezembro a cumprir uma pena de 14 anos de prisão por corrupção na seleção de um candidato local para ocupar a vaga deixada por Barack Obama no Senado.

A mulher de Blagojevich também chegou a participar de um programa com celebridades B, o "I'm a Celebrity...Get Me Out of Here", que colocou famosos para viver numa ilha no mesmo estilo de "Survivor". O show, que teve apenas duas temporadas, contou com a participação dos atores Maria Conchita Alonso e Daniel Baldwin, do ex-concorrente do "American Idol" Sanjaya Malakar e o modelo Tyson Beckford.

Na semana passada, duas emissoras lançaram novos shows, tentando capitalizar em cima do mesmo conceito. O canal Food Network apresentou o programa "Rachael vs. Guy Celebrity Cook-Off", no qual celebridades como Lou Diamond Phillips e o rapper Coolio competem na cozinha preparando de costelas assadas à banana flambada com sorvete de baunilha. Já a rede ABC criou um dos programas mais curiosos da temporada, o "Celebrity Wife Swap", no qual as esposas famosas ou mulheres de famosos trocam de marido por uma semana.

Com uma visão mais convencional, "Celebrity Cook-Off" reúne oito celebridades. Além dos dois nomes citados, o programa também conta com a participação do ator Cheech Marin, dos cantores Aaron Carter e Joe Fatone (ex-integrante do 'NSync) e da miss América Alyssa Campanella. Como os chefs Guy Fieri e Rachael Ray como mentores do fogão, os famosos dividem-se em dois grupos oponentes. O melhor cozinheiro sairá do programa com um prêmio em dinheiro a ser doado para uma causa beneficente pré-escolhida por cada participante.

Como primeira missão, os dois times tiveram que preparar, num curto período de duas horas, um aperitivo, um prato principal e uma sobremesa para um grupo de 150 pessoas aleatoriamente escolhidas pela produção do programa. Embora todos participantes saibam cozinhar (Coolio, especialista em molhos, tem até um livro de receitas publicado), o caos é geral nessa cozinha. Os participantes do banquete aprovaram o taco de peixe (tilápia com feijão preto) preparado por Coolio, a costela assada de Lou Diamond Phillips, mas acharam a salada de macarrão de Aaron Carter, um grude sem sabor.

"Celebrity Wife Swap" é um programa estranhamente sádico e curioso. No primeiro episódio, a cantora Carnie Wilson (da banda Wilson Phillips) se muda por uma semana para a casa da atriz Tracey Gold (do sitcom Growing Pains) e vice-versa. Cada uma das esposas deixa para a outra um "manual de instruções" de como lidar com o marido e os afazeres domésticos.

Tracey, que é organizada e cuida pessoalmente da limpeza da casa e leva os quatro filhos para escola, encontra uma verdadeira espelunca (linguiça servida no almoço ainda no prato, maçã podre...) ao se mudar para a casa de Carnie. Pior: o marido de Carnie, nem dá as caras durante a semana com mulher nova. Ele é um músico e produtor que passa a maior parte do tempo trancado em seu estúdio caseiro, nem se importando em fazer uma refeição ao lado da filha, que ressente-se do desdém paterno.

Carnie, que conta com duas empregadas, babá e jardineiro, quase tem um ataque do coração ao saber que ela precisa escolher as roupas e vestir os quatro filhos de Tracey, lavar as roupas deles (ela não sabe manusear um máquina de lavar) e levá-los para a escola. Além de desorganizada, Carnie gosta de arrotar e torna sua flatulência audível quando vai ao supermercado com o marido de Tracey. Em entrevista ao programa Good Morning American, a cantora Carnie disse que a pior parte de ter mudado de casa foi a de "ser proibida de comer na cama".

O programa fica curioso em seu segundo episódio, com a mulher do ator Gary Busey (indicado ao Oscar de ator pelo filme "A História de Buddy Holly", produzido em 1978) indo morar por uma semana com o reverendo Ted Haggard, que, em 2006, teve que abdicar de sua função de presidente da Associação Nacional de Evangélicos após admitir um caso extra-conjugal com um massagista e uso de anfetaminas. Gayle, mulher de Ted e mãe dos cinco filhos do pastor e que escreveu um livro de memórias sobre sua luta e como perdôou o marido e seu escândalo gay, muda-se para a casa de Busey, em Hollywood.

Falastrão e egocêntrico, Busey explica à mulher do pastor que seu lema de vida é ser um cômico 24 horas por dia. "O planeta Terra é o melhor destino de férias para palhaços avançados", diz ele. Busey acredita que teve várias reencarnações (ele disse ter provas de que foi um índio lakota e uma feiticeira queimada na fogueira) e até convida um índio-curandeiro Sioux para uma sessão de "limpeza" da convidada. O curandeiro diz que Gayle é uma pessoa "carregada", e esta o proíbe de tocá-la, encerrando a sessão.

De família judia, Steffanie Sampson, noiva de Busey, tem dificuldades em se adaptar na casa do pastor Haggard, em Colorado Springs. Ela quer saber dos filhos do pastor (apenas três deles aparecem no show) como o escândalo gay do pai os afetou.

Ela também confronta o pastor, depois de ler no livro de Gayle que a última usa a expressão "seres do mal" para descrever gays. O pastor diz que não considera gays malignos, mas que ele é contra a união de pessoas do mesmo sexo. "Nós hesitamos a respeito do casamento gay por causa da semântica", diz o pastor. "Mas nós apóiamos uniões civis", acrescenta. A rede ABC ainda se pronunciou a respeito de quantos episódios no total vai exibir do programa, mas definitivamente criou um programa diferente com celebridades em desuso para o horário nobre.

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