'É importante que meninas negras tenham referência e valorizem sua beleza', diz Miss Brasil
Antes de ser eleita Miss Brasil no último sábado (1), Raissa Santana, 21, havia participado de apenas um concurso de beleza, aos 16.
Passarela não era a praia da estudante de Marketing, que até a última semana se dividia entre o expediente em uma academia e trabalhos esporádicos como modelo.
A baiana radicada no Paraná diz que se sentiu à vontade na competição porque notou diversidade entre as concorrentes. "Não havia apenas barbies. Tivemos seis negras, o maior número já registrado. Havia meninas de origem indígena, loiras, morenas."
Para ela, os padrões de beleza estão sendo revistos pela sociedade e isso se refletiu no resultado do concurso. "Acho que estamos quebrando paradigmas, acabando com preconceitos. É muito importante que meninas negras tenham esse tipo de referência, que aprendam a valorizar seus traços étnicos", diz.
Ela é a segunda mulher negra a receber a faixa de Miss Brasil. A primeira foi a gaúcha Deise Nunes, em 1985.
Raissa conta que teve problemas de aceitação na adolescência. Não gostava de seu nariz e usava franja para esconder a testa, que acreditava ser muito grande. "Aos 12 anos alisei o cabelo, não conseguia enxergar beleza em mim."
Agora, a jovem se prepara para o Miss Universo 2016, que vai ser sediado pelas Filipinas em janeiro de 2017.
Raissa diz acreditar que a edição internacional do concurso deve seguir a tendência de pluralidade. "Outros países também têm escolhido meninas diferentes. Aliás, faz parte da nossa função acreditar na nossa beleza e dar uma diversificada no padrão."
Além da coroa de Miss, Raissa ganhou uma viagem à Itália, outra a Cartagena, na Colômbia, um carro zero e um contrato no valor de R$ 100 mil.
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