Celebridades

Folião de rua no Sudeste tem certa ingenuidade, diz Gilberto Gil

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Um veterano do Carnaval, Gilberto Gil fez no último dia 31 sua estreia em cima de um trio na folia de rua do Rio de Janeiro. E, diante de um público de cerca de 300 mil pessoas, que dá espaço cada vez maior a esse tipo de festa no Sudeste, conseguiu ainda se surpreender. 

Ele cantou ao lado da filha Preta Gil, que anualmente comanda o Bloco da Preta, um dos maiores do pré-Carnaval carioca. 

"É um público exposto a certa ingenuidade, um encantamento sutil, mais associado à atração que a fantasia do Carnaval exerce. Achei bonito", contou ao "F5", em seu camarote do circuito Barra-Ondina da festa em Salvador, nesta sexta (5).

"Na Bahia, temos um público mais experiente. Lá [no Rio], percebi mais doação."

Para o compositor, o crescimento do modelo "pode ser muito bom para o Carnaval do Brasil", mas não deve ser tão associado à lógica comercial.

"Não devemos ficar tão preocupados com o número de participantes dos blocos. Essa não deve ser a métrica, mas sim quantas pessoas se divertiram, quantas puderam levar suas famílias, quantas tiveram banheiros disponíveis...", diz. 

"Não estou interessado em saber quem vende mais cerveja, e sim em quem bebe mais cerveja."

SEM CRISE

Todos os anos, invariavelmente, Gil assiste e participa da folia baiana do alto do Expresso 2222, espaço que mantém com a mulher, Flora, desde 1999. Sobre a festa em sua cidade natal, rechaça a ideia de descaracterização, que ---alguns dizem--- vem sendo provocada pela perda de espaço do axé em detrimento de outros ritmos, como o funk e o sertanejo.

"Algumas coisas ficam, outras não. 'Chame Gente', de Armandinho, é cantada até hoje, assim como músicas da Timbalada e Carlinhos Brown, que já têm mais de 20 anos. Os meninos do arrocha, por exemplo, também cantam essas canções."

Ele avalia que o que acontece hoje, o processo de mistura do axé com outros ritmos, não é novidade: "Já aconteceu com o rock, com o reggae, com o rap..." Para o cantor, é bom que seja assim. 

"Se o axé acabou, eu também já acabei. Mas também continuo."

 
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