A polêmica proibição de sapatos baixos no tapete vermelho do Festival de Cannes continua dando dor de cabeça para os organizadores.

Apesar de a direção do evento ter primeiramente negado a proibição e dito que a polêmica é "infundada", novos casos continuam a aparecer.

Desta vez, a produtora cinematográfica dinamarquesa Valeria Richter, que tem parte do pé esquerdo amputado, acusou a organização de ter sido barrada por seguranças no tapete vermelho da première de "The Sea of Trees", no sábado (16).

"Eles apontaram com os dedos para meu sapato. Era claro que meus sapatos eram o problema", disse aos jornalistas. "Não, não pode entrar assim", teriam afirmado os seguranças.

Valeria explicou que não poderia se manter equilibrada em saltos, devido à amputação de seu dedão e parte do pé esquerdo. Entretanto, a produtora foi parada quatro vezes na première do filme de Matthew McConaughey.

De acordo com a dinamarquesa, ela conseguiu entrar após minuciosa análise dos seguranças, mas que outras amigas também sem saltos "foram rejeitadas e não entraram".

O diretor Thierry Fremaux negou as acusações de que o festival esteja proibindo sapatos baixos no tapete vermelho. Em sua conta no Twitter postou que "as regras não mudaram: Black tie e vestido de gala. Não há menção de saltos."

Nesta quarta-feira (20), Fremaux reconheceu parcialmente o problema e atribuiu o caso talvez ao "excesso de zelo" de seguranças. Mas pediu desculpas pelo inconveniente gerado entre as mulheres no festival.

ESTRELAS RECLAMAM

Antes do caso de Valeria, na coletiva de "Sicario", que concorre à Palma de Ouro, a atriz britânica Emily Blunt também entrou na discussão: "Todas as mulheres deveriam usar solados baixos", respondeu a um jornalista que perguntou sobre a polêmica obrigação do salto alto no tapete vermelho.

"É muito decepcionante. Apesar dos novos discursos de igualdade das mulheres", continuou a atriz. Mais tarde, o diretor Denis Villeneuve chegou a dizer que ele Benicio del Toro e Josh Brolin usariam saltos no tapete vermelho em sinal de solidariedade, mas o protesto ficou só na entrevista. Assista: