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Mães famosas comentam lei que protege amamentação em lugares públicos de SP

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Com lei em vigor há cerca de um mês, estabelecimentos da capital paulista que constrangerem ou proibirem uma mãe de amamentar seu bebê estão sujeitos a multa de R$ 500.

A lei, aprovada pelo prefeito Fernando Haddad (PT-SP) no dia 14 de abril, foi criada após a um caso no Sesc Belenzinho, em que uma mãe foi impedida por um segurança de amamentar seu bebê.

O "F5" ouviu três famosas paulistanas que estão amamentando —ou que amamentaram recentemente, inclusive usando lugares públicos, a respeito da nova lei.

DANIELA ALBUQUERQUE

Mãe de Alice, de três anos, e Antonella, de quase dois meses, a apresentadora da RedeTV! afirmou nunca ter sido constrangida enquanto amamentava as filhas, mas celebrou a aprovação da lei.

"Já precisei amamentar em restaurante, aeroporto, não tem como evitar. Quando o bebê começa a chorar, que dá aquela fominha, é um instinto. A gente nem pensa nisso. Às vezes [amamento] até aqui em casa, com visita... Não tenho essa preocupação", conta. Mesmo assim, ela prefere cobrir o seio com uma fraldinha, para evitar "se expor demais".

Daniela, 32, observa que, em geral, quem mais se constrange ao ver uma cena de amamentação são homens. "A gente [mulher] não liga, acha natural. Quem fica constrangido é porque tem a cabeça fraca", defende.

"Não há nada vulgar em alimentar um bebê. A gente vê tanta cena pior em festas, muito menos apropriadas. Gente se agarrando, fazendo coisas obscenas, e ninguém fala nada", dispara.


WANESSA

A cantora Wanessa, 32, também afirma nunca ter passado por nenhum constrangimento, mas se solidariza com as mulheres que já sofreram com isso, como o caso da mãe do Sesc. Wanessa amamentou o primeiro filho, José Marcus, até os oito meses (ele hoje tem três anos) e o segundo, João Francisco, até os seis meses (ele agora está com dez).

"É absurdo mulheres passarem por isso, é absurdo precisar de uma lei para isso!", se indignou. "É um puritanismo, um moralismo falso, num país onde no Carnaval as mulheres são expostas com peito para fora, criticarem uma mulher que está amamentando seu filho".

A cantora explica que, nos primeiros dias do bebê, não há hora certa para a amentação: ele deve ser alimentado quando sentir fome.

"Amamentei na frente de gente desconhecida sem problemas. Ninguém nunca me olhou feio, mas as pessoas ficam meio com vergonha de parecer que olhou. Tipo 'ai meu Deus, olhei!' e vira a cara, sabe?", conta, aos risos.

Wanessa, que recebeu R$ 150 mil de Rafinha Bastos no ano passado por causa da piada com seu primogênito, José Marcus, acredita que a lei tem o poder de educar. Otimista, ela crê que uma campanha forte sobre o tema poderia ajudar as pessoas a se acostumarem com cenas de amamentação em público, diminuindo a estranheza.

"Quanto mais as pessoas conviverem com isso, mais vão achar natural. É uma mulher alimentando seu filho, isso tem que ser visto de forma natural", afirma. "Teria que ter uma campanha no Brasil todo e um trabalho para que essa lei seja cumprida com consciência, e não só porque a pessoa tá com medo de ser multada. O medo de levar multa não reeduca. É preciso explicar, conscientizar, incentivar a naturalidade".


ANA HICKMANN

Ana Hickmann, 34, lamenta ter amamentado o filho único, Alexandre, "apenas" até os oito meses. Se pudesse, ela diz, teria amentado até "quando tivesse leite", até dois anos de idade ou mais.

"Tive que parar, com dor no coração, porque voltei a trabalhar cedo. Viajo muito, então o leite começou a empedrar e tive febre. Minha mãe amamentou a gente até um ano e meio, dois anos. Acho que por isso que todo mundo é alto lá em casa", brinca a apresentadora do "Hoje em Dia" (Record).

Ana conta que saía no meio do estúdio ao vivo, no intervalo comercial, para tirar o leite —isso quando não levava o bebê com ela à emissora. "Levantava a blusa onde tivesse que levantar. Aconteceu duas vezes, no trabalho, de pessoas ficarem envergonhadas e saírem de perto. Mas nem ligo. É ele quem tem que comer".

Natural de Santa Cruz do Sul (RS), Ana acredita que o constrangimento com cena de amamentação é um problema urbano.

"No interior é normal, não sei porque hoje em dia as pessoas se constrangem. Percebo que mesmo algumas mães sentem vergonha, o que é uma pena", analisa. "Eu não tenho vergonha de nada, fui modelo, trocava de roupa na frente de todo mundo. E tem bebês que não mamam em qualquer lugar. O meu, graças a Deus, tava mais preocupado com a fome".

A apresentadora se revelou chocada ao saber do caso que originou a criação da lei. "Como alguém tem coragem de falar isso para uma mãe? A primeira coisa que a pessoa tem que fazer é oferecer é uma cadeira".

Ana ainda alfinetou os estabelecimentos que chegam a obrigar mães a amamentar dentro de cabines de sanitário, cena ainda muito comum.

"É péssimo ter que ir ao banheiro! Primeiro que banheiro público não é um lugar limpo, né? Duvido que alguém almoça no banheiro, porque um bebê faria isso?"


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