'Meu sonho é ir a um lugar onde eu não me sinta estranho', diz Martinho da Vila sobre racismo
Martinho da Vila, 76, e Negra Li, 35, debateram o tema consciência negra em entrevista a Roberto Justus, no "Roberto Justus +" (Record).
Durante o papo, que falou sobre desafios, preconceitos e avanços da sociedade em relação à questão racial, Martinho lembrou da primeira vez em que se deu conta do racismo que existia no Brasil: em uma viagem aos Estados Unidos.
"Era uma coisa tão estabelecida no Brasil, que se convivia com isso e nem se percebia. Quando eu fui pros EUA pela primeira vez, o que me causou espanto foi ver negros nos luminosos, nas capas de revistas, negros dirigindo carros novos, eu nunca tinha visto isso", lembrou o sambista.
"O meu sonho é ir a um lugar onde eu não me sinta estranho. Se vou a um restaurante bacana, só vejo gente branca", continuou.
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Já para Negra Li, a pior fase de sua vida com relação ao racismo foi a infância.
"Foi na escola onde senti mais preconceito: pela cor e pela minha condição social. Eu gostava de um rapaz, mas ele acabou ficando com a Renata loira. Não era interessante para as meninas ter uma amiga negra", desabafou.
Hoje mãe de Sofia, de cinco anos, ela afirma que preza pela conscientização e construção da auto-estima da filha.
"Tem mais é que ter dia da consciência negra, sim", defendeu a cantora.
"A gente tem uma herança e o fim da escravidão é muito recente. Deve ser lembrado. A raça humana não tem ideia do que a raça negra passou. O combate ao preconceito começa dentro de casa", afirmou.
A entrevista completa vai ao ar na próxima segunda-feira (17), à 0h15.
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