Celebridades

'O mundo não foi construído para abarcar pessoas como nós', diz filho transexual de Marcelo Tas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Luc, 25, o filho transexual de Marcelo Tas, participou indiretamente do programa "Saia Justa" (GNT) ao lado do pai.

O advogado, que mora nos Estados Unidos, fez uma carta falando sobre sua descoberta como transexual e como foi receber o apoio dos pais.

"Ter o apoio da minha família às minhas identidades sempre foi fundamental. Eu lembro que, quando eu era adolescente e falei pra eles que eu era bissexual, a única reação que eu tive foi de amor incondicional e de apoio, algo que eu infelizmente via que pra muitos dos meus amigos não era a norma", lembrou Luc.

Filho do apresentador com a figurinista Claudia Kopke, Luc falou abertamente sobre seu processo.

"Dizer pra a minha família que eu era um menino foi o mais difícil. Primeiro porque foi um processo longo pra mim de auto-conhecimento, e por muito tempo eu tentei negar a mim mesmo a minha identidade, em grande parte por medo de rejeição da minha família, dos meus amigos, das pessoas à minha volta", contou.

Hoje ele é casado com Nicholas, também transexual.

"Tem muita gente trans que fala que 'sempre soube'. Eu não sou uma dessas pessoas. Eu era moleque quando criança, não gostava de boneca nem de rosa, mas honestamente pra mim isso não tem nada a ver com ser trans. Isso tem a ver com sermos pessoas com gostos e afinidades distintos. Entender o meu gênero foi um processo que não tocou muito nisso, e nem na minha orientação sexual. Foi e segue sendo algo totalmente diferente".

Crédito: Arquivo Pessoal Marcelo Tas com o filho Luc (a esq) e Nick, também transexual, no dia do casamento deles em Washington (2012)
Marcelo Tas com o filho Luc (a esq) e Nick, também transexual, no dia do casamento deles em Washington (2012)

Luc contou para os pais que era transexual há cerca de três anos, por uma carta. Ele ressalta que, novamente, recebeu apoio incondicional.

"De novo, a reação deles foi de apoio incondicional, e por isso eu digo que sou muito sortudo. Com pessoas trans é ainda menos comum o apoio dos pais, e é, na minha experiência, ainda mais fundamental, porque o mundo realmente não foi construído para abarcar pessoas como nós",reflete.

"Hoje em dia, a família no geral ainda dá umas escorregadas nos pronomes, mas são sempre muito atenciosos, fazem seu melhor, e cada dia as coisas estão mais bacanas. O mesmo com os meus amigos", diz Luc, que tem ainda dois irmãos por parte de pai, Miguel, 13 e Clarice, 9.

"Não consigo imaginar como nada disso teria sido sem o apoio da minha família. Definitivamente, muito mais difícil, quase impossível. Acho que independentemente do que cada um de nós acredita que faz alguém ser trans, gay ou bi (biologia, criação, escolha própria, etc) as pessoas vão crescer se identificando da forma como quiserem e não cabe a ninguém tentar mudar isso. A verdadeira escolha com a qual a família se depara é: amar e apoiar seus filhos, irmãos, pais, e parentes que são LGBT ou deixá-los, causando neles e em toda a família um enorme impacto, sofrimento, e distanciamento. Eu e minha família tivemos a felicidade de estarmos na primeira opção".

O programa com Marcelo Tas será reprisado na sexta-feira (10), às 6h, no sábado (11), às 16h, e no domingo (12) às 9h e às 23h30.

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas Notícias