Celebridades

Atriz da série 'Orange is the New Black' afirma que adora ser 'caminhoneira'

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Hoje, na televisão americana, há uma espécie de "cota informal" para gays e lésbicas nos seriados, com pelo menos um personagem homossexual por elenco.

A atriz Lea DeLaria, que interpreta a presidiária Big Boo na série "Orange is The New Black", do serviço de TV sob demanda Netflix, afirma que a ideia representa um avanço para a dramaturgia.

Para ela, embora haja personagens "péssimos em programas igualmente ruins", o nível de representação subiu muito desde a década de 1990, quando apareceram os primeiros personagens gays de destaque.

Crédito: Divulgação Lea DeLaria, que atua em "Orange Is the New Black"
Lea DeLaria, que atua em "Orange Is the New Black"

"Você não pode falar sobre gays na TV sem falar em `Modern Family' (2009) por exemplo", disse à Folha sobre a comédia de situação que mostra, entre os muitos personagens, uma família formada por dois homens e uma filha adotiva.

"São melhores do que as da época de 'Will & Grace' (1998-2006) e 'The L Word' (2004-2009)", afirma.

A primeira série mostrava um casal de amigos formado por uma heterossexual solteira e confusa e seu melhor amigo gay. A segunda, sobre relações entre lésbicas.

"Eu nunca fui fã dessa série porque não havia realidade ali. O texto era péssimo."

Em "Orange is The New Black", DeLaria interpreta uma "caminhoneira", como ela mesmo define.

"Eu adoro o fato que eles têm uma caminhoneira interpretando uma caminhoneira, o jeito como mostram as coisas como ela são. Eles não se preocupam em seguir as regras da indústria", diz.

Sobre a segunda temporada da série, a ser disponibilizada no Netflix em 6 junho, diz que Big Boo deve aparecer mais sombria. "Mas ela ainda será muito engraçada e trabalhará bem com outras detentas", afirma.

Embora goste de representar um papel com que se identifica, diz que não concorda com o lobby LGBT americano para que personagens homossexuais e transgêneros sejam vividos por atores com a mesma orientação sexual.

"Atuar é atuar. Por outro lado, por mais pesquisa que um ator hétero faça, não sabe o que é ser transgênero ou uma caminhoneira, como é o meu caso, como eu sei", diz.

DeLaria conta já ter recusado diversos papéis por não concordar com a forma que os personagens eram retratados. Hoje, ela diz ter aprendido, é melhor aceitar o trabalho e sugerir mudanças.

Ela relembra o caso da série "Californication" (2007), em que interpretava uma mãe lésbica. Pediu alterações em falas e as conseguiu.


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"A indústria é muito aberta. Se erram, não é por mal ou preconceito, mas por desconhecimento. Eles querem fazer a coisa certa e atingir o público alvo", afirma.

Além de atriz, DeLaria é cantora de jazz —deve gravar um novo disco em dois meses— e comediante de stand-up, uma "arma" que usa para fazer uma alguma diferença na sociedade. "Mas, claro, comecei a fazer porque estava interessada em transar."

Segundo ela, a carreira polivalente nasceu por falta de aceitação. "Quando comecei, ninguém podia ter o meu visual, falar como eu falo ou, basicamente, ser eu. Eu tinha que fazer todo o possível apenas para o pagar o aluguel. Agora, eu tenho o luxo de poder fazer tudo", diz.

Em São Paulo para participar da Parada do Orgulho LGBT, DeLaria é categórica sobre sua maior expectativa no evento: "Estou animada para ver peitos. E penas e plumas. E um samba bom com muita percussão".

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