Kirsten Dunst sugere que atrizes assediadas sexualmente pedem por isso e recebe críticas
Kirsten Dunst parece concordar com os 26% dos brasileiros que, segundo pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), acreditam que mulheres que usam roupas justas merecem ser atacadas.
Em recente entrevista para a revista "W Magazine", a atriz afirmou nunca ter sido vítima do assédio de nenhum diretor porque "não emite essa vibe".
Questionada pela cineasta Sofia Coppola se algum diretor já a havia assediado durante um trabalho, Kirsten foi bastante direta.
"Não [risos]. Eu não emito essa vibe. Eu acho que você procura esse assédio e, para mim, isso é cruzar um fronteira que prejudica a confiança no relacionamento profissional", afirmou.
A declaração, ao lado de outra entrevista da atriz —dessa vez para a revista "Harper's Bazaar UK" deste mês—, gerou uma onde de críticas na internet.
Para a publicação inglesa, ela afirmou que as mulheres "precisam de um cavaleiro em uma armadura brilhante" e que "relacionamentos" funcionam porque você "precisa que um homem seja um homem e uma mulher que seja mulher".
"Kirsten Dunst não é paga para escrever teoria de gênero. Então, não deveria surpreender ninguém que ela é meio burra sobre o assunto", afirmou a editora Erin Gloria Ryan, do site Jezebel.
"Não há espaço espaço na internet o suficiente para explicar como um comentário como esse é desequilibrado. Isso é culpar a vítima pelo crime. Gente, não eliminamos esse pensamento ainda?", questionou
H. Drew Blackburn, no site sobre cultura Complex.
Segundo Prachi Gupta, assistente de edição da "Salon", culpar a vítima pelo assédio é exatamente a razão de atrizes e modelos, cujos trabalhos são, muitas vezes, parecer ou se vestir de maneira sexy, são tão impotentes para enfrentar autoafirmados predadores sexuais como o fotógrafo Terry Richardson, ou o comediante Bill Cosby ou o rapper R. Kelly.
"Tem cara de babaquinha e acaba de confirmar a minha teoria de que é babaquinha mesmo", escreveu um internauta no Twitter.
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