Celebridades

Rafael Cortez dribla "espanto" e faz recital de violão hoje em SP; leia entrevista

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Os amigos acham que ele é louco por manter esse trabalho paralelo, e os fãs muitas vezes só dão bola quando é seu show de humor. Mas o jornalista e ator Rafael Cortez volta a fazer uma das coisas que mais gosta, tocar violão, e apresenta seu recital na noite desta quarta (dia 22), no Tom Jazz (zona oeste de São Paulo). Os ingressos custam R$ 50 e estão à venda aqui.

"É terapêutico pra mim", diz o apresentador do "Got Talent" (TV Record), que lançou o CD instrumental "Elegia da Alma" de forma totalmente independente em 2011, com 15 composições próprias. Ele não canta, são só canções ao violão. "É o projeto da minha vida e a coisa mais corajosa e louca que já fiz", disse naquela época, em entrevista à Folha.


No repertório da apresentação de hoje, também estão peças de artistas importantes no universo violonístico, como Heitor Villa-Lobos e Hélio Delmiro. O ator Leonardo Cortez, seu irmão, fará uma participação especial recitando trechos de "O Tempo e o Vento" (Érico Veríssimo), obra que inspirou Rafael a criar uma de suas canções, "A Tocaia".

O artista, que trabalhou durante cinco temporadas como repórter do "CQC" (Band) e atualmente também apresenta o programa "Na Pegada", na rádio Metropolitana FM, conversou com o "Guia" sobre seu show de violão. Leia, abaixo, o bate-papo.

Informe-se sobre o show

ASSISTA AO VÍDEO DE 2011, NO QUAL RAFAEL FALA SOBRE SEU NOVO DISCO:



LEIA ENTREVISTA COM RAFAEL CORTEZ:

Guia Folha - A divulgação do seu show de música é menor do que a do show de humor?
Rafael Cortez - Até acho que tenho mais divulgação do que a média dos violonistas ou instrumentistas solo, a maior parte deles bem melhor do que eu, pois são profissionais. Eu tenho boa mídia até, e é óbvio que é porque sou um cara de TV. E, sendo lincado ao humor ou a apresentador de TV, acaba sendo uma pauta no mínimo curiosa mostrar outro lado meu, pouco conhecido. Mas ter mídia não significa, necessariamente, que o público acabe comparecendo aos shows de violão que faço. A maior parte do meu público ainda é jovem e de humor. E esse público tende a fazer distinção: "Ele vai contar piadas? Ah, eu vou. Ah, hoje é violão clássico? Hum, não sei não...".

Seus fãs do "CQC" e do "Got Talent" ainda se surpreendem quando descobrem que você gravou um disco instrumental?
A surpresa de eu ter um CD instrumental ainda é grande, e não só entre público e fãs. Tenho amigos que convivem comigo e ainda acham maluco eu ter esse trabalho em paralelo. O maior problema é ser um CD de violão solo.

Por mais que os violonistas do mundo todo se esmerem em provar que o violão pode ser "o resumo da orquestra", como bem dizia Andres Segovia (o espanhol que dedicou nove décadas da vida a mostrar que o violão pode e deve ter um espaço nas salas de concerto mundiais), muita gente ainda vê o violão como instrumento acompanhante. Note a quantidade de recitais de grandes violonistas em salas imponentes do país. Ainda é pequeno se comparado ao mesmo número de pianistas, violinistas.

E como estão os ensaios, voltou a treinar bastante?
Estou ensaiando bastante desde que fechei a data com o Tom Jazz. E, independente de estar cheio ou não no dia do show, de eu tocar tão bem quanto espero na ocasião, tudo já valeu pelos ensaios. Eu, quando preparo um recital de violão, me torno uma pessoa melhor. Por passar todos os dias o programa, todo dia tenho tocado violão, e isso só me faz bem.

Troquei as cordas dele, minhas unhas estão no ponto certo para tocar, e eu me sinto mais feliz, centrado e em paz. Dar um recital é terapêutico pra mim. Eu como melhor, durmo mais cedo, fico sem beber nos dias que antecedem, me cuido mais. E fico cada vez mais satisfeito com minhas composições, com as peças de outros compositores que toco, com meu instrumento, meu CD e minhas escolhas. Eu sou um ser humano melhor para o meu mundo por tocar violão.

Estou muito longe de fazer um concerto como o do Fabio Zanon, que é o melhor violonista solo do mundo hoje --e é brasileiro. Estou longe de ter sua técnica e musicalidade. Meus recitais são bem básicos, funcionando muito como uma primeira imersão de novos ouvintes potenciais de violão. Mas, garanto, quando eu toco e me apresento, sinto o mesmo amor pelo violão que sente o Zanon e qualquer outro violonista que, como nós, ama esse instrumento com todo o coração.

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