Celebridades

Ex-clientes de Clodovil doam peças do estilista para formar acervo

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"É como se o Portinari não estivesse no Masp", diz a consultora de moda Costanza Pascolato sobre o fato de inexistir um acervo para as modas criadas pelo estilista Clodovil Hernandes (1937-2009). "Até mesmo um museu dele seria de bom tamanho!"

Se depender de antigas clientes de Clô, tal museu já está sendo construído. Mulheres da alta sociedade paulistana que possuíam alguns milhares de reais para amealhar peças do designer estão abrindo seus armários e doando as criações. Tudo em nome de um bem maior: a criação de um acervo modista de Clodovil.

"Já são 30 peças reunidas", diz Maurício Petiz, 48, diretor do Instituto Clodovil Hernandes. Antes disso, Petiz foi assessor do estilista na Câmara, durante seu mandato como deputado federal (de 2007 a 2009), e dirigiu um de seus programas de TV, o "A Casa É Sua", na Rede TV!.


Agora, dedica-se também a angariar peças para a coleção. O acervo já está em tratativas para ser exposto no shopping Iguatemi, em setembro.

Até agora, a maioria das doações veio da empresária Rose Benedetti, 68. Rose conheceu o estilista quando foi a um desfile dele, aos 14 anos. De lá até o começo dos anos 2000, foi cliente e amiga do jovem natural de Elisiário (a 402 km da capital), que viraria um dos nomes da moda nacional a dar mais pano para a manga.

Clodovil fez seu vestido de noiva e os modelitos que ela usou na boda dos filhos que saíram desse casamento, décadas depois. "Ele era um maravilhoso estilista", diz. "E assim é que deve ser lembrado, especialmente para essa geração mais nova, que só o viu na TV."

A empreendedora Sonia Sampaio, 52, conheceu o apresentador numa época em que ele não queria mais ser estilista. Mas conseguiu que ele bolasse alguns croquis, usando a política da boa vizinhança (suas casas eram próximas, na Granja Viana, em Cotia).

"Ele quase não costurava mais", conta ela, que doou peças de alta-costura. "Uma ele fez para combinar com esmeraldas que meu marido me deu."

ANTES DO LEILÃO

"Tudo começou meio na correria", conta Maurício Petiz sobre o acervo. A pressa, no caso, era literal. Enquanto todos os pertences de Clodovil eram listados para ir a leilão, em Ubatuba (SP), no ano passado, para pagar dívidas, Petiz conseguiu trazer a São Paulo algumas de suas criações. "Foi um jeito de salvá-las."

"Acho a ideia muito boa", diz a advogada Maria Hebe Queiroz, que administra o espólio de Clodovil e realizou o leilão após sua morte, causada por um AVC. Ela diz que inclusive se ofereceu a pagar a lavanderia das peças. "O acervo tem de crescer."

Rose, que doou dez peças de uma vez só, ficou longe de ter esvaziado seu closet de assinaturas de Clodovil. "Fiquei com um acervo por enquanto. É difícil se desfazer completamente de uma coisa que se ama."

Caso um Clodovil esteja escondido no seu armário, é só entrar em www.ich.org.br e deixá-lo vir a público.

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