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Bruna Surfistinha diz que queria mostrar "vida comum" de prostitutas

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Na tarde desta quinta (16), a Bienal do Livro de São Paulo promoveu um debate sobre blogs e criação literária que reuniu Raquel Pacheco (a Bruna Surfistinha), Ana Paula Maia e Fal Azevedo.

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Raquel, ex-garota de programa, disse ter criado seu blog em 2003, "sem pretensão nenhuma". "Na época começou a febre desses diários virtuais. Tive a curiosidade de saber se alguma garota de programa tinha um blog. Não encontrei nenhum aqui no Brasil e resolvi fazer um", contou.

Teve tanto sucesso que depois publicou três livros e teve sua vida retratada no filme "Bruna Surfistinha" (2011), no qual foi vivida pela atriz Deborah Secco.


"Queria mostrar que a garota de programa tem uma vida comum --a diferença é que cobra pelo sexo. Não esperava tanta repercussão em tão pouco tempo. O blog se tornou uma ferramenta de trabalho. Em menos de um ano fui procurada pela editora Panda Books, que publicou meus livros."

"Comecei meu blog poucos dias depois de abandonar o vício em cocaína. Era muito solitária. Não tinha namorado. Tinha muitos homens ao redor, mas nenhum era meu. O computador virou meu melhor amigo, principalmente pelas madrugadas", completou.

Raquel mantém hoje dois blogs, mas bloqueou os comentários dos leitores. "Pessoas entravam no blog apenas pelo prazer de me escrachar."

EM BUSCA DE LEITOR

Fal Azevedo virou blogueira em 2001, inspirada por um amigo. Dois anos antes publicara um livro independente que "ninguém leu".

"Comecei a escrever no blog porque queria que alguém me lesse. Não tinha como distribuir meus livros. Se você insistir, você encontra seu público na internet. Eu levei dois ou três anos."

Depois da experiência, firmou carreira como tradutora e publicou por grandes editoras ("Minúsculos Assassinatos e Alguns Copos de Leite"; ed. Rocco).

"O blog atualizado é meu bebê, é muito importante para mim. Eu cultivei meus leitores, leio e-mails, respondo comentários. É um tempo que gasto com prazer."

Ana Paula Maia também resolveu partir para os diários virtuais depois da decepção com vendagem de seu primeiro livro, "O Habitante das Falhas Subterrâneas" (2003). Na época, ficou com 300 exemplares encalhados em casa.

"Era desesperador, ninguém sabia que eu existia. Era igual cachorro morto, chutada de um lado pro outro", relembra.

Em 2005, usou o blog para publicar em forma de folhetim, durante três meses, seu conto "Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos".

A resposta positiva dos internautas ajudou a publicar o texto em livro anos depois, pela Record. Pela mesma editora ela lançou, no ano passado, o livro "Carvão Animal".

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