Desde 1996, Ronnie Von não entra em estúdio para gravar um álbum. Figura importante na criação do rock brasileiro dos anos 1960, o cantor e compositor fluminense (ele nasceu em Niterói há 68 anos) passou a focar todo o seu tempo no talk-show "Todo Seu", que apresenta diariamente na TV Gazeta desde 2004.

Ele também não sobe nos palcos para cantar há 15 anos. Mas dá uma trégua nesta sexta (10) e neste sábado (11). Participou da homenagem que seu filho, Leo Von, fez para ele no Café Paon, em Moema.

"Esse menino sabe mais da minha vida do ", dizque eu mesmo. "Adora principalmente meus lados B, as músicas que não fizeram muito sucesso. E é capaz de dizer a cor da cueca que eu estava usando quando gravei cada uma delas."

Os lados B a que Ronnie se refere são as canções gravadas por ele em sua fase psicodélica, representada pelos discos "Ronnie Von" (1969), "A Misteriosa Luta do Reino de Parassempre contra o Império de Nuncamais" (1969) e "Máquina Voadora" (1970). Clássicos que, com o passar do tempo, vêm ganhando mais e mais cultuadores.

Essa nova geração de fãs, em constante renovação, é quem mais pede a volta do artista ao disco e aos palcos.

"Eu não descarto a possibilidade de voltar a gravar discos", diz. "Mas se alguém topar investir em um novo disco meu, vai querer retorno. Vai pedir que eu viaje fazendo shows. Não vou. Já fiz muito isso na vida. Mas, hoje, se me falam em check-in, eu começo a babar. Aeroporto é pior do que rodoviária."

Ronnie conta que, há quatro anos, operou um pólipo na corda vocal esquerda. "Não era nada de mais, mas fiquei assustado. Dependo da minha voz, vivo dela."

Para cantar? "Tudo o que eu tenho foi a música que me deu. Mas, muito mais do que cantar, a paixão da minha vida é a televisão."

LEO VON - PARTICIPAÇÃO DE RONNIE VON
QUANDO 10 e 11/8, às 22h30
ONDE Café Paon (av. Pavão, 950, Moema; tel.0/xx/11/5041-6738)
QUANTO R$ 80
CLASSIFICAÇÃO 14 anos